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Juracy Neves: Esdeva se tornou uma das maiores gráficas do país

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Em 1981, Juracy Neves adquiriu a gráfica Esdeva, inicialmente, para atender as demandas da Tribuna de Minas, ano em que o jornal também foi fundado. O empreendimento, entretanto, cresceu, e a gráfica ganhou destaque no cenário nacional e tornou-se um dos legados mais importantes dos setores econômico e de comunicação de Juiz de Fora. Atualmente, a gráfica gera mais de 900 empregos diretos.
Como consta no livro biográfico “O homem da planície – vida, obra e ideias de Juracy Neves”, de Paulo César Magella, a ideia de adquirir uma gráfica surgiu com a implantação do jornal Tribuna de Minas. O objetivo de Juracy também era encontrar uma sede para o novo veículo de comunicação. Para isso, ele buscou negociar com os padres da Congregação do Verbo Divino, que comandavam uma gráfica onde era impresso o jornal “Lar Católico”, localizada onde hoje funciona o Colégio Academia.

Gráfica complementou e levou à expansão das atividades desenvolvidas pelo Grupo Solar, sob administração de Juracy (Foto: Marcelo Ribeiro/Arquivo TM)

“A conversa avançou, mas não havia dinheiro em espécie suficiente para fechar a transação. Foi quando surgiu a possibilidade de ingresso de outros ativos no negócio. Juracy cedeu vários imóveis e adquiriu a gráfica. Mais ainda, fechou o contrato para instalação do jornal na própria Academia de Comércio, no prédio anexo à gráfica onde se encontra a Biblioteca Esdeva – acrônimo de Verbo Divino”, narra Paulo CésarMagella.

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Com a aquisição, oriunda da intenção de diversificar as atividades do Grupo Solar, que já contava com a Rádio Sociedade, conhecida como Super B-3, e o jornal, a Esdeva passaria a compor o projeto de um dos principais grupos de comunicação da história de Juiz de Fora. Foi o que destacou Juracy em 7 de setembro de 1981, durante a solenidade de apresentação da Tribuna de Minas: “A iniciativa de criar um complexo de Comunicação Social, integrando ao Grupo a Esdeva Gráfica, a Rádio Sociedade e a Tribuna de Minas, não representou, em essência, modificação mais profunda nos nossos objetivos, porque nas atividades anteriores já tínhamos os olhos voltados para os interesses da comunidade, já estávamos atuando nas áreas de saúde e habitação. Contudo, a assunção de responsabilidades empresariais na Comunicação Social teve – e tem – aspectos especiais, por ser público e notório que o nível de riscos é mais acentuado e, até certo ponto, dramático nos investimentos”, disse Juracy na ocasião, conforme publicado em sua biografia.

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Juracy foi homenageado por diversas instituições, como Associação Comercial, Federação das Indústrias de Minas Gerais e Centro Industrial de Juiz de Fora

Mudança

Em 1986, iniciou-se um processo para mudar o complexo de comunicação do local, após os padres da Congregação do Verbo Divino pedirem o imóvel de volta. Com isso, Juracy negociou com proprietários de uma antiga fábrica de papel na Rua Espírito Santo, região central de Juiz de Fora, onde o novo espaço do Grupo Solar foi instalado e inaugurado em 1988.

No início, a nova sede contava com três mil metros quadrados, mas foi se ampliando com o passar dos anos. “Nós fomos comprando outras áreas em volta e, hoje, estamos com uma área de 25 mil metros. Compramos os galpões que tinham em volta na época do meu pai”, conta André Neves, filho de Juracy e atual diretor da Esdeva.

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Imagem aérea da sede da Esdeva Indústria Gráfica, localizada na Avenida Brasil, no Bairro Poço Rico. Criado, inicialmente, para imprimir as edições da Tribuna, empreendimento passou a atuar também na impressão de outros tipos de conteúdos (Foto: Fernando Priamo)

Ampliação do trabalho da gráfica

A partir daí, não só o espaço foi ampliado, mas também o negócio. A Esdeva passou a imprimir materiais de mais de cem outros jornais, de diferentes regiões de Minas – além da própria Tribuna. De acordo com André Neves, o que era para ser um trabalho paralelo acabou crescendo e alcançando outros patamares. “Quando meu pai comprou a gráfica, foi com o intuito de imprimir a Tribuna. Na sequência, começou a investir nela como uma gráfica comercial, buscando clientes não só na região, como fora também.”

Na foto, Juracy participa de atividades internas na Esdeva ao lado dos filhos Suzana (à direita), André e Márcia (à esquerda) (Foto: Fernando Priamo)

Apesar de ter dado bons retornos no início, o atendimento a outros veículos acabou se tornando insustentável, conforme conta Paulo César Magella no livro sobre a vida de Juracy. “As madrugadas de quinta e sexta-feira eram de grande movimento nos seus corredores. Eram donos de jornais quase brigando para ter na frente a impressão de seu jornal. No início, o negócio deu certo, mas havia tanta confusão por causa da pressa dos clientes, e o calote cada vez maior, que o projeto começou a ser desidratado.” O cenário, então, levou ao encerramento do projeto que atendia os demais jornais.

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Inspiração

A partir da década de 1990, a Esdeva cresceu ainda mais e se tornou uma das maiores gráficas do país. O feito veio após a compra da primeira unidade de impressão de grande porte, com capacidade para rodar milhares de exemplares em minutos. Em seguida, outras máquinas foram adquiridas, e a Esdeva passou a imprimir os mais diferentes materiais gráficos. Atualmente, a gráfica conta com outras duas unidades no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.

Juracy Neves posa com grupo de indianos em visita à sede da Esdeva em 2010 (Foto: Roberto Fulgêncio/Arquivo TM)

Para além dos trabalhos relevantes de Juracy no cenário da comunicação em Juiz de Fora, o empresário deixa um legado de inspiração para os familiares, amigos e colegas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. “Eu acredito que essa vontade de sempre crescer foi muito importante”, destaca André, que assumiu a gestão do grupo em 1992.

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