A partir da próxima sexta-feira (25), Juiz de Fora irá regredir à onda vermelha do programa Minas Consciente. Desta forma, será permitido apenas o funcionamento dos serviços considerados essenciais – supermercados, serviços de alimentação, farmácias e bancos. A decisão de voltar à onda vermelha do programa estadual foi tomada pelo Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 durante reunião extraordinária nesta terça-feira (22), e vai valer, inicialmente, para o período compreendido entre 25 de dezembro e 7 de janeiro. Conforme a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a decisão do colegiado deve-se ao grave cenário epidemiológico da Covid-19 na cidade.
Um decreto oficializando o regresso à onda vermelha deverá ser publicado pela Prefeitura nos próximos dias, e novos detalhes serão esclarecidos pela norma. De acordo com a PJF, nesta quarta haverá uma reunião da Administração municipal para articulação da fiscalização das novas restrições. Segundo o Minas Consciente, os municípios classificados na onda vermelha têm as maiores restrições, sendo permitido apenas o funcionamento de serviços essenciais como supermercados, padarias, farmácias e bancos. Nesta faixa, bares e restaurantes poderão atuar apenas nos modelos de delivery e retirada.
O encontro emergencial desta terça foi solicitado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na segunda, após levantamento do órgão constatar que mais de 95% da capacidade dos leitos intensivos credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) estava sendo utilizada no domingo. Ainda conforme o órgão, com a situação, pacientes estaria sendo transferidos para municípios da região. Além disso, a cidade tem confirmado mortes em decorrência da doença diariamente, e assiste o número de contaminados crescer, assim como a quantidade de internações, que tem batido sucessivos recordes.
Válida por, no mínimo, 14 dias, a nova definição do colegiado avançará para 2021 e, dessa forma, para a nova gestão municipal. Dessa forma, a Prefeitura comunicará oficialmente a nova Administração municipal sobre a decisão.
Falta de profissionais de saúde
Além dos membros do Comitê, representantes de cinco unidades hospitalares da cidade também participaram da reunião nesta terça: Monte Sinai, Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, Ana Nery, Santa Casa de Juiz de Fora e Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF). De acordo com a Prefeitura, os hospitais foram uníssonos em relação ao esgotamento da rede de saúde, e alegam que o problema ultrapassa a questão da abertura de novos leitos. Neste momento, conforme a PJF, a cidade vive um déficit em relação à equipes de saúde, já que muitos estão afastados devido a suspeita ou confirmação da Covid-19 ou porque as unidades não têm conseguido contratar novos profissionais.