Uma mulher de 28 anos foi detida pela Polícia Militar (PM) por abandono de incapaz e maus-tratos cometidos contra os próprios filhos, com idades entre 7 anos e 7 meses. Segundo boletim de ocorrência, as seis crianças foram encontradas sozinhas em casa na Rua Monsenhor Gustavo Freire, Bairro Dom Bosco, Zona Sul, na noite de quinta-feira (21). A residência estava cheia de lixo e cheirava mal, além de não haver luz ou água. As crianças estavam sujas e com fome. Durante o registro da ocorrência, a mãe chegou em casa e recebeu voz de prisão.
Conforme informações da PM, que foi acionada por meio de denúncia anônima pelo 190, as crianças estavam dormindo quando foram encontradas e relataram que não tinham comido nada até aquele momento. A suspeita é de que elas estariam sem comida por, pelo menos, 72 horas. A porta da casa estava destrancada, e elas estavam sem camisa e sem banho. O bebê de 7 meses ainda estaria sujo de fezes.
Também foi verificado que a casa, de quatro cômodos, tinha muito lixo espalhado e comida azeda e estragada em cima da pia da cozinha, no fogão e até no chão. A geladeira também estava desligada e havia mosquitos em seu interior.
Responsável aos 7 anos
Em contato com uma testemunha, vizinha da mãe das crianças, a polícia foi informada que a mulher teria o costume de passar a madrugada fora de casa frequentemente, deixando a menina de 7 anos responsável por cuidar das crianças menores. Ela relatou ainda que, em algumas ocasiões, a mãe voltava para casa apenas durante o dia. Nesta ocasião, ela teria saído por volta das 18h30 da quinta-feira (21) e retornou por volta das 2h desta sexta-feira (22). Segundo informações não oficiais, as crianças teriam 7, 6, 5, 4 e 2 anos, além do bebê de 7 meses.
A mulher foi presa em flagrante por abandono de incapaz, e alguns vizinhos ficaram responsáveis pela guarda provisória das crianças, que teriam sido separadas em dois grupos de três. Segundo a polícia, a mãe não quis se manifestar sobre a situação. O Conselho Tutelar acompanhou a ocorrência e informou que o caso foi encaminhado para a Vara da Infância e Juventude. A Tribuna entrou em contato com a Justiça, que está funcionando em esquema de plantão, e foi informada de que o caso ainda não chegou às mãos da juíza responsável.