Um cabo da Polícia Militar, de 41 anos, foi atacado por um cão da raça pit bull durante ação contra o tráfico de drogas, na tarde de segunda-feira (21), na Rua Pedro Henrique Krambeck, no Bairro São Pedro, Cidade Alta. De acordo com informações do boletim de ocorrência da PM, o cachorro mordeu o órgão genital e uma das mãos da vítima, causando lesões. O policial foi medicado no HPS.
O caso teve início durante patrulhamento para verificar denúncia de tráfico de drogas feita pelo 181 no Jardim Casablanca. Os policiais receberam orientações de que, naquela data, o suspeito, 17, estaria vendendo entorpecentes em uma escada de acesso ao bairro. Chegando ao local indicado, a PM encontrou o adolescente, junto com o cachorro. No entanto, o jovem não teria obedecido a ordem de abordagem e teria instigado o cão “bravo”, que atacou um dos policiais.
Conforme a PM, “diante da injusta agressão”, foi necessário imobilizar o adolescente com técnicas de defesa pessoal, porque ele teria continuado a resistir e investido contra outro militar com socos e chutes. Já o cachorro, foi amarrado em um poste, e uma equipe do Corpo de Bombeiros foi chamada para resgatá-lo. Segundo a PM, entretanto, não teria sido possível remover o cão devido à falta de vaga no Canil Municipal. A Tribuna questionou a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) sobre a situação e aguarda retorno.
O pit bull ficou sob a responsabilidade de um morador do Jardim Casablanca, 22. Antes de ser encaminhado à 1ª Delegacia Regional, acompanhado de um responsável, o adolescente foi medicado no HPS, porque sofreu escoriações no queixo e nos pés. Apesar da denúncia de tráfico ter originado a ocorrência, a PM não encontrou drogas com o jovem, apenas dinheiro trocado, seda e isqueiro.
A polícia acrescentou que o cão apresentava ferimentos no pescoço por causa da coleira “tipo enforcadeira”, mas não usava focinheira e estava sob a guarda de menor de idade, fato que contraria a lei municipal 12.345/2011, que dispõe sobre o estatuto de defesa, controle e proteção dos animais no município: “Os cães de raças sabidamente de ataque e mordedores, bem como os de comportamento bravio, somente poderão sair às ruas mediante o uso de guia curta com enforcador e o uso de focinheira”.
Dessa forma, a PM considerou que o adolescente cometeu atos infracionais análogos a: lesão corporal, “quando instiga seu cão para atacar o policial militar para se livrar da ação policial”; omissão de cautela, “quando não toma os devidos cuidados na condução do cão; resistência, “quando usa de força física para se livrar da voz de prisão”; e maus-tratos, “quando usa enforcadeira e a puxa, também deixando o cão sem comer e beber por várias horas, enquanto faz o tráfico”. A PM destacou que o jovem é suspeito de envolvimento com a venda de entorpecentes em mais de dez ocorrências registradas desde o ano passado.