Criado na década de 1970, incorporando o conceito de parque – áreas amplas e bem arborizadas – o Cemitério Parque da Saudade passará por uma intervenção paisagística e arquitetônica que buscará integrar as construções, a iluminação e as áreas de circulação e convivênciaà paisagem. A proposta é oferecer à comunidade, mais conforto e comodidade, neste momento marcado pela dor, mas também pela união e solidariedade.
Assinado pela arquiteta Moema Loures e equipe, o projeto paisagístico respeita e valoriza a arquitetura existente, criando um eixo que conecta apraça central das cinco capelas velório a uma nova construção, denominada Espaço de Celebração. O lugar servirá como abrigo para celebrações,como as missas no Dia de Finados, Dia das Mães e outras datas comemorativas. Ao mesmo tempo, será um espaço flexível que dará suporte às atividades administrativas. “O eixo em concreto vira uma edificação, que já é paisagem”explica Moema.Segundo ela, a escolha pelo concreto estrutural aparente busca manter a mesma linguagem das demais edificações do parque.
Que venha a luz
Em sua estrutura, o Espaço de Celebração apresenta rasgos circulares, fechados com vidros coloridos, que criam sombras, a partir da direção da luz natural, simbolizando os mistérios da vida. “Estudamos a inclinação do sol, para que no momento entre dez horas e meio dia, geralmente quando ocorrem as celebrações religiosas, a luz do sol incidente projete círculos de cores diferentes no chão”, destaca a arquiteta.
A intervenção inclui ainda um cuidado extra com a iluminação artificial que, no projeto,entra como elemento de sinalização e também conexão entre os diversos ambientes. “Para marcar o eixo que une as capelas ao Espaço de Celebração utilizamos spots de piso, cujo espaçamento vai diminuindo até formar o desenho de uma cruz, representando a celebração da vida”, pontua Moema.
Cada um dos cinco eixos que ligam as capelas à praça central receberá jatos de água iluminados. Eles estão interligados ao circuito elétrico do interior da capela permitindo que, quando em uso, a iluminação do jato seja acesa e ele fique mais alto, até o encerramento do velório. “Assim, o projeto luminotécnico servirá tanto para orientar os usuários como para valorizar as edificações. As luminárias serão acionadas por sistema de fotocélula que acendem, automaticamente, ao anoitecer. Todas são em tecnologia LED visando maior eficiência energética, baixo consumo e aumento da vida útil dos equipamentos e lâmpadas”, explica a arquiteta.
Junto às Capelas será cultivado um jardim, com desenho bem marcado, com mudas de espécies rasteiras como hera roxa, grama preta e clorofitoque delimitarão o espaço de circulação. A arquiteta afirma que identificou os locais onde as pessoas permanecem maior tempo, durante os velórios, e propôs a substituição de grama por piso drenante.
Melhorias já em curso
Para o superintendente da Santa Casa, Aloysio Goreske, a intervenção é um marco importante para o cemitério que oferece as melhores estruturas, na cidade, e complementa as obras de modernização, reforma e acessibilidade já iniciadas,no interior das capelas, com previsão de término para este mês.
Entre elas, Goreske destaca a construção de rampas, readequação geral nos banheiros, substituição de instalações elétricas e hidráulicas, melhoria na iluminação, ampliação dos vãos de portas, pintura interna e externa, modernização das instalações de copa e substituição ou reconstituição de revestimentos do teto e paredes. O projeto de intervenção nas capelas também é assinado pela arquiteta Moema Loures e as obras, coordenadas pelo engenheiro da Santa Casa, João Miguel.
Cemitério parque
O conceito de cemitério parque surgiu na Europa, na década de 1950. No Brasil, os primeiros registros são de 1960, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A sua principal característica é a ampla área verde. Os jazigos são subterrâneos, cobertos pelo gramado e o túmulo identificado por uma placa. Não são permitidas construções acima da superfície para preservar a paisagem.
O Parque da Saudade ocupa a área compreendida entre as ruas Santana, Alencar Tristão e Avenida Rio Branco doada por Cícero Tristão, em 1969. O terreno foi dividido em sete setores chamados Jardins: Ipês, Rosas, Violetas, Palmeiras, Oliveiras, Magnólias e Acácias, subdivididos em quadras e jazigos. As informações sobre comercialização podem ser obtidas no local ou pelos telefones: 3224-1628, 3232-2050 ou 98848-4342.