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UFJF promete pagar bolsa de maio

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Pressionada pela ocupação dos alunos no prédio da Reitoria, a UFJF entregou ontem à comissão de negociação uma carta que anuncia duas medidas frente às reivindicações apresentadas. Um delas prevê o pagamento emergencial de uma bolsa de R$ 400 neste mês de maio aos discentes que possuam renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. Os benefícios serão custeados com recursos adquiridos junto ao Governo federal, da ordem de R$ 1,3 milhão. Outra providência trata do reforço do quadro de assistentes sociais para a conclusão da análise do edital de bolsas e auxílios de 2015. Foram convocados nove profissionais lotados em diversos setores da instituição pelo prazo de 30 dias, prorrogáveis por igual período. A ação ocorre diante da demanda por auxílio – que chegou a registrar 4.580 processos – e sucessivos atrasos na divulgação dos resultados. A carta foi entregue pelo vice-reitor Marcos Chein na manhã de ontem, acompanhado da pró-reitora de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva, Joana Machado.

O documento explica que o dinheiro foi obtido junto ao Ministério da Educação (MEC), após conversas com os secretários Executivo, Luiz Cláudio Costa, e de Educação Superior, Jesualdo Farias. No texto, é destacado que o “contexto de excepcionalidade” gerado pela ocupação dos estudantes possibilitou a captação de recursos junto ao Governo federal. “Até então, a gente não tinha pensado nessa medida mais extrema, porque acreditávamos que teríamos mais tempo. Uma vez que os estudantes ocupam, com toda a legitimidade e de forma justificável, a gente tem mecanismos de fazer uma convocação compulsória, para atender a demanda de assistentes sociais. Esperamos agora uma resposta”, explicou Chein, afirmando que a expectativa agora é de que os estudantes possam desocupar a Reitoria. Segundo o vice-reitor, os recursos já foram disponibilizados à UFJF.

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Os estudantes ocuparam a Reitoria na noite de segunda-feira e permanecem no local até hoje. A medida foi tomada após reunião com o vice-reitor e pró-reitores, a quem apresentaram uma série de reivindicações. Ontem à noite, em sessão do programa “Minha casa, minha Reitoria”, transmitido pelo YouTube, o grupo explicou que a proposta de Chein seria discutida em assembleia. Até o fechamento desta edição, os manifestantes ainda estavam reunidos. A desocupação do prédio está condicionada a uma resposta efetiva de suas proposições. Embora considerem um avanço, os alunos acreditam que as medidas contemplam apenas parte do que foi solicitado. “A gente não teve uma conquista ainda. Podemos entender como vitória a organização que estamos tendo aqui, mas a gente tem vários problemas para serem resolvidos”, disse um dos estudantes, durante o programa.
As deliberações da assembleia serão apresentadas hoje, às 17h, ao reitor Júlio Chebli, que retornou ontem de um congresso nos Estados Unidos. Segundo os estudantes, serão reforçadas as pautas que tratam do apoio estudantil, a política de segurança do campus – classificada como repressora e de marginalização de jovens do entorno – e melhorias no Campus de Governador Valadares.

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No programa, os estudantes ainda falaram sobre o novo processo de escolha do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Em reunião do Conselho de Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos (Concada), foram apresentadas sugestões para o regimento. A expectativa inicial é de que as eleições ocorram em junho, no entanto, diante de uma possível greve de professores das instituições federais, outra data pode ser definida. Desde novembro do ano passado, o diretório encontra-se sem representação, já que o processo eleitoral foi contestado após a divulgação de imagens captadas por uma câmera em local de votação. O vídeo sugere uma possível violação de uma urna instalada na Faculdade de Economia. Em dezembro, foi definida a realização de um novo processo.

Chein fala em rompimento de práticas clientelistas
Diante de um cenário de mudanças apontado desde as férias do reitor Júlio Chebli, quando foram exonerados quatro pró-reitores, especulações sobre o futuro da instituição tem gerado discussões no meio acadêmico. A carta apresentada aos alunos pelo vice-reitor Marcos Chein não se restringe apenas a comunicar as medidas para atender à reivindicação dos estudantes, mas também aponta para uma “fase de transformação e mudanças”, na qual o novo posicionamento da administração vai “ao encontro das preocupações do movimento estudantil quanto à má-gestão do dinheiro público”.

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No documento, a Reitoria se compromete a “não tomar nenhuma decisão juridicamente condenável que motive investigação por parte do Ministério Público (MP) e do Poder Judiciário da UFJF, ainda que a medida corresponda a alguma prática acionada e até mesmo naturalizada por gestões anteriores”. Considera ainda que esta fase “tão árdua quanto promissora”, se caracteriza como uma experiência na qual se “busca romper com práticas e culturas clientelistas, autoritárias e centralizadoras, independentemente de quem as tenha praticado”, diz.

A Reitoria assegura ainda que os “direitos serão direitos – e não favores”, garantidos, segundo o texto, a partir da política pública elaborada e verificada por servidores públicos com formação e cargo compatíveis com a avaliação suscitada. Além disso, afirma que “o serviço público será serviço público – e não balcão, a impor lógica privada a espaço

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