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Saiba qual o consumo de água diário do juiz-forano

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No ano passado, Juiz de Fora registrou um consumo médio de 142 litros de água por habitante/dia. Isso significa que, ao longo do ano, cada juiz-forano consumiu 51.830 litros do recurso, segundo dados da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama). Diretor técnico operacional da companhia, Márcio Augusto Pessoa Azevedo avalia que, embora o índice esteja 8% abaixo da média de consumo nacional, ainda está aquém da meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – que estabelece volume médio de 110 litros por habitante/dia como o ideal para atender as necessidades básicas do ser humano.

Na análise no diretor, há uma tendência de diminuição no consumo pelos juiz-foranos, principalmente após a crise hídrica. “Nos últimos anos, a oscilação (no consumo diário por habitante) não é grande. Há uma tendência de diminuição, pouca a cada ano, mas vem diminuindo, sobretudo com relação ao problema da crise hídrica em 2014 e 2015. A população ficou muito atenta com relação a isso. A gente tem mantido essa média, com uma ligeira queda”, afirmou.

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Embora considere um boa média de consumo, que sugere um perfil consciente do usuário, ele acredita que o índice pode melhorar e que a questão passa, principalmente, pela educação das novas gerações. “É evidente que isso vai fazer parte de como a gente vai tratar essa questão com as novas gerações e, de uma certa forma, a gente já percebe isso, sobretudo nos jovens, que já têm uma preocupação maior. Mas é preciso cada vez mais ter um uso racional da água para tentarmos, com isso, chegar a um número mais próximo do ideal”.

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Segundo a Cesama, cada juiz-forano consumiu 51.830 litros do recurso em 2018 (Foto: Leonardo Costa)

Uso racional pode gerar economia de até 30% no bolso

Lembrado nesta sexta-feira (22), o Dia Mundial da Água é uma data que coloca em debate, dentre outras coisas, o consumo racional do líquido. Além dos impactos para o meio ambiente, o uso exagerado de água impacta também no bolso do consumidor, já que o fornecimento de água tratada é um serviço pago.

No entanto, medidas tomadas no dia a dia podem ajudar a diminuir o valor da conta de água (ver quadro). O ideal é que as ações tornem-se um hábito, fator essencial para que a economia financeira seja perceptível para o consumidor, sugere Márcio. Com isso, ele garante que além do benefício ambiental, com bom uso dos recursos hídricos, a atitude também tem efeitos no bolso do cliente ao fim do mês, na hora de pagar a conta.

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“Se o consumidor conseguir racionalizar o uso da água, como usar a água do descarte da lavagem de roupa, ao invés de lançá-la diretamente na rede de esgoto, como outras medidas similares, tudo isso somado, ao fim do mês, pode proporcionar economias da ordem de até 30%. São fatores válidos e que podem ser realizados no dia a dia e que fazem parte de uma disciplina que, se for seguida, vai fazer diferença no bolso do cliente ao fim do mês.”

Maior vazão aumenta gasto

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Além da quantidade de consumo, a maneira como se consome água também deve ser levada em conta. Quem chama a atenção para a questão é o engenheiro e mestre em edificações na área de conservação de água em edifícios, Osvaldo Oliveira Jr, que estuda assuntos relacionados a sustentabilidade e uso eficiente da água. Ele afirma que em grandes e médias cidades, por exemplo, questões construtivas específicas afetam diretamente a maneira como se consome água e, por consequência, o volume que é consumido.

Osvaldo comenta que, em cidades onde existe um alto número de prédios, o consumo médio tende a ser maior.”Quando você tem grandes alturas, você consegue maiores pressões e isso acaba elevando o consumo, porque com uma pressão maior, a vazão de água também aumenta. Um apartamento que tem uma pressão de água mais elevada pode ter uma vazão média de 20 litros por minutos. Então, 10 minutos no banho significa um gasto de 200 litros de água”, cita.

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Nesse sentido, ele avalia que o crescimento das cidades sem planejamento urbano também é um fator que impacta diretamente no abastecimento dos municípios. A médio prazo, ele avalia que o índice de consumo de água razoavelmente elevado, somado a esse fenômeno da grande concentração de pessoas em um pequeno espaço territorial, pode levar a situações complicadas de abastecimento, similares à que passa a cidade de São Paulo.

“Isso acaba gerando uma situação em que os mananciais que abasteciam a cidade não dão mais conta. E, por meio de tecnologias, se busca água em localidades a quilômetros de distância. Só que nestas outras regiões existem outras cidades que também precisam ser abastecidas. E com isso, surge um problema em efeito cascata, prejudicando cidades que estão abaixo do rio em que a água está sendo retirada”.

Entretanto, o especialista também acredita que a conscientização do uso da água passa por campanhas de sensibilização da população e que já existe uma racionalização do consumo por parte da população mais jovem. Para além disso, ele aponta a necessidade de um trabalho eficiente nas instalações públicas. “É um trabalho dentro de casa, mas também do setor público. Nas instalações públicas, há perdas significativas nos sistemas de abastecimentos. Os números são elevadíssimos no país”, alerta.

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