Ícone do site Tribuna de Minas

Trabalhadores do transporte coletivo protestam em JF

manifestacao onibus pamela costa
PUBLICIDADE

Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Juiz de Fora paralisaram suas atividades e interditaram as faixas exclusivas para ônibus na Avenida Barão do Rio Branco e na Avenida Brasil durante o início da tarde desta quinta-feira (21). De acordo com os manifestantes que estavam no local, a iniciativa de paralisar as atividades surgiu dos próprios trabalhadores, que protestam contra a extinção do cargo de cobrador e de supostas demissões de funcionários.

A manifestação acontece três dias depois de o Consórcio Via JF anunciar que alguns ônibus do transporte coletivo urbano de Juiz de Fora começariam a rodar sem cobradores aos domingos. Na ocasião, o diretor do Consórcio Via JF, Rafael Santana, afirmou que a iniciativa não resultaria em demissões, e que os cobradores seriam capacitados para atuarem em outras funções.

PUBLICIDADE

Entretanto, os trabalhadores alegam que 25 pessoas teriam sido demitidas na última segunda-feira (18), mesma data do anúncio. A assessoria do Consórcio Via JF nega. Em nota enviada à imprensa, a empresa alegou que tem como prioridade a manutenção dos empregos e negou que tenham ocorrido demissões.

PUBLICIDADE

Já o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Juiz de Fora (Sinttro) confirmou que tinha conhecimento sobre o ato realizado nesta quinta. Porém, por meio da assessoria, reforçou que a manifestação teve caráter independente. “O Sinttro está buscando a solução por meio de diálogo com a empresa e a Prefeitura. Vamos ouvir os trabalhadores”, afirmou o Sinttro no início da tarde.

Negociação entre polícia e manifestantes

Durante a manifestação, os trabalhadores estacionaram os veículos ao longo das avenidas Rio Branco e Brasil. Diante da fila de veículos que se formou na região central em razão da paralisação, a Polícia Militar (PM) se articulou para dialogar com os manifestantes, que se aglomeraram na faixa exclusiva de ônibus ao longo da Avenida Rio Branco.

PUBLICIDADE

Uma vez que a mobilização não havia sido encabeçada pelo sindicato, a PM negociou com trocadores e motoristas para liberação da pista. No decorrer da manifestação, somente pedestres e ambulâncias tinham acesso a pista central da avenida.

Por volta de 13h, cerca de uma hora após o início da paralisação, os ônibus foram retirados do local pelos próprios trabalhadores, que retomaram as atividades.

PUBLICIDADE

‘Lamentável movimento ilegal’, diz empresa

Em nota divulgada à imprensa nesta quinta, o Consórcio Via JF definiu a manifestação como “lamentável movimento ilegal identificado no transporte público de Juiz de Fora” e informou que identificou que três colaboradores teriam sido responsáveis pelo movimento, além de afirmar que está tomando medidas para coibir essas práticas.

“Reiteramos nosso compromisso inabalável com a legalidade e a integridade em todas as operações. Repudiamos veementemente qualquer ação que comprometa a segurança e a qualidade do serviço prestado à comunidade. O Consórcio Via JF está colaborando integralmente com as autoridades competentes para que medidas legais adequadas sejam tomadas”, diz o consórcio.

A empresa ainda afirmou que a cláusula 57 do acordo coletivo de trabalho estabelece as condições para transição dos cobradores para outras funções, o que garante a transparência no processo que foi pauta da mobilização feita pelos trabalhadores. “Esclarecemos que nossa prioridade é a manutenção dos empregos e a preservação dos serviços essenciais que oferecemos à população”, completa.

PUBLICIDADE

Carteira D

A cláusula 57 do documento ainda prevê que as empresas de ônibus deveriam se comprometer a promover parcerias para que os cobradores pudessem se habilitar para a condução dos veículos, na categoria D. De acordo com o diretor administrativo do Sest/Senat de Juiz de Fora, Faither Oliveira, houve uma colaboração com a Ansal para a troca de carteira dos profissionais da categoria B para a D. No total, seriam custeados 50 processos de mudança, sendo que, atualmente, 39 estão em curso.

Outros 11 trabalhadores foram reprovados em alguma etapa e não deram continuidade. Conforme Oliveira, a parceria com o Sest/Senat custeia apenas a primeira tentativa de cada fase do processo de troca da carteira. Caso algum trabalhador seja reprovado, ele deve pagar por essa fase, e as demais etapas da mudança voltam a ser financiadas pelo projeto.

Consórcio Via JF mantém carreata com novos ônibus para esta quinta

Na noite desta quinta, o Consórcio Via JF vai promover uma carreata com os 108 novos ônibus pelas principais vias da região central da cidade, com saída da garagem da Viação São Francisco, na Zona Norte, em direção à Avenida Brasil, Avenida Rio Branco, Avenida Itamar Franco e Avenida Francisco Bernardino. Com o lema “Novo Tempo sobre Rodas”, a atividade está marcada para começar às 20h.

PUBLICIDADE

*Colaboraram os repórteres Hugo Netto e Leticya Bernadete

Sair da versão mobile