A estação mais quente do ano tem início na noite desta sexta-feira (21) em todo o hemisfério Sul. No Brasil, o verão começa oficialmente às 20h23 pelo horário de Brasília e traz consigo o aumento das temperaturas e a intensificação das chuvas. Diferentemente dos anos anteriores, o período de instabilidade atmosférica na Zona da Mata de Minas Gerais já teve início, inclusive com registros de tempestades fortes desde outubro. A fim de comparação, apenas nos últimos três meses, Juiz de Fora teve acumulado de 425 milímetros de chuvas, o que representa 26% do previsto para todo o ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O retorno do período de chuvas já em outubro está dentro do previsto pela normal climatológica em Juiz de Fora. Historicamente, a temporada de instabilidade atmosférica na região segue de outubro até março, meses que concentram aproximadamente 70% das precipitações que atingem a cidade a cada 12 meses. Isso acontece porque se torna frequente a formação de um sistema meteorológico conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Quando em atuação, é criado um fluxo de umidade que se forma na região Amazônica e se estende até o Sudeste, passando pela região central do país. É a ZCAS, popularmente chamada de “rio aéreo”, a principal responsável pela recuperação dos mananciais nessas regiões.
Entretanto, nos anos anteriores, este sistema meteorológico não funcionou conforme o previsto. No ciclo 2017/2018, por exemplo, a cidade só veio a registrar chuvas significativas em fevereiro, quando o acumulado representou 50% acima do previsto para o mês. No ciclo anterior, 2016/2017, a cidade observou boa concentração de chuvas em novembro e dezembro, e depois, escassez já a partir de janeiro, por causa do enfraquecimento da Zona de Convergência.
Meses de altas temperaturas
Assim como as chuvas, o verão também é marcado pelas fortes ondas de calor. Embora ainda na primavera, a última semana foi exemplo do que esperar na nova estação. Em Juiz de Fora, os termômetros superaram os 30 graus todos os dias, chegando a até 40, com madrugadas quentes e abafadas e temperaturas entre 20 e 23 graus.
Se considerar as médias das temperaturas, o mês mais quente é fevereiro, com máximas em torno de 27,5 graus. Em seguida aparecerem janeiro (26,5 graus), março (26,4 graus) e dezembro (25,8 graus). No pico de calor, as máximas podem chegar até a 35 graus no município nesta época do ano.
O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) ainda não divulgou o prognóstico para os próximos três meses. É este o documento que analisa e prevê se o ciclo deverá se comportar dentro ou fora da média histórica.
Ondas de frio e calor na primavera
A estação que termina nesta sexta-feira se comportou dentro do esperado. Por ser considerada de transição, a primavera possui características tanto do inverno como do verão. Ou seja, dias frios intercalados com outros quentes. Para se ter ideia, em 21 de novembro a máxima não passou dos 17,1 graus, enquanto na última terça-feira (18) os termômetros registraram 34 graus, com mínima de 20,6. Com relação às chuvas, o acumulado ficou acima da média histórica nos meses de setembro e novembro, por enquanto, uma vez que dezembro ainda não terminou.