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Expectativa de chuvas marca início do verão

tempo léo
(Foto: Leonardo Costa)
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A estação mais quente do ano tem início, em todo o Hemisfério Sul, nesta quinta-feira (21). No Brasil, a chegada do verão, que ocorre às 14h28, é marcada pelo aumento das temperaturas e da concentração de chuvas. A fim de comparação, os meses que compõem o novo período, entre dezembro e março, contribuem com quase 70% das precipitações registradas em todo o ano em Juiz de Fora, de acordo com a média histórica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mesmo assim, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) não consegue prever o comportamento meteorológico dos próximos três meses em relação às chuvas na região, enquanto o Inmet estima resultados ligeiramente acima da média em grande parte de Minas Gerais. As chuvas nos próximos meses deverão se comportar de duas formas distintas.

Uma estará relacionada à entrada das frentes frias, que provocam aumento da temperatura seguida de chuvas fortes e de duração limitada, com o seguido declínio dos índices registrados nos termômetros. Outra forma de instabilidade atmosférica está associada à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, um fenômeno climatológico que cria um fluxo de umidade que se desloca do Norte para o Sudeste brasileiro, geralmente com atuação por vários dias consecutivos. Nesta temporada, o município já foi atingido por duas zonas de convergência, uma de 19 a 24 de novembro e outra de 1º a 9 de dezembro. Ambas somaram 199 milímetros de chuvas, o que representa, em poucos dias, 12% das precipitações esperadas durante o ano todo. Embora seja um período de recuperação dos mananciais de abastecimento, o Inmet alerta para o aumento de ocorrências envolvendo enchentes e deslizamentos de encostas.

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Veranicos

(Foto: Leonardo Costa)

Outra característica da estação, considerada um ponto fora da curva, é o veranico. Trata-se da estiagem prolongada (geralmente entre 7 e 15 dias) em pleno período de instabilidade atmosférica. No verão 2016/2017, a cidade enfrentou um forte veranico, de 19 dias, entre 7 e 25 de fevereiro.

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A primavera

A estação das flores, como a primavera é popularmente conhecida, foi caracterizada este ano pelo baixo volume de chuvas. As precipitações foram registradas em 28 dias, com acumulado de 384,4 milímetros, ou 56,5% do previsto conforme a média histórica do Inmet. Com relação às temperaturas, o dia mais quente foi o 12 de outubro, com 31,6 graus, enquanto que o mais frio, 12,4 graus, ocorreu em 2 de novembro.

Comparado ao mesmo período de 2016, esta primavera se comportou praticamente da mesma maneira com relação às temperaturas, com uma diferença inferior a 1 grau a menos, na máxima, e de 0,2 grau abaixo na mínima. No entanto, em 2016 choveu durante 39 dias, com acumulado 28% acima do previsto.

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Próximos meses são decisivos para reduzir estiagem

(Foto: Leonardo Costa)

Faltando dez dias para o fim de 2017, o acumulado de chuvas do ano, até o momento, é de 927 milímetros, o que corresponde a 56% do previsto. Trata-se de um resultado pior do que o observado em 2014, auge da crise hídrica, quando Juiz de Fora teve 994,5 milímetros de chuvas, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), acompanhados diariamente pela Tribuna. Por esta razão, os próximos três meses, que coincidem com o verão e a fase de instabilidade atmosférica, são considerados decisivos.

Nesta quarta-feira (20), segundo a Cesama, a Represa João Penido tinha 37,9% de acumulação, menos da metade dos 81% registrados em igual período de 2016, e próximo dos 31% de 2014. São Pedro, que é um reservatório menor, está com 78%, enquanto que Chapéu D’Uvas, 11 vezes maior que João Penido, 69,7%. Mesmo assim, a companhia garante abastecimento sem transtornos, por causa da operação de Chapéu D’Uvas.

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O resultado, que chama atenção principalmente em João Penido, é causado pela estiagem de 2017. Embora novembro tenha chovido ligeiramente acima da média (4,1% acima), os demais meses do ano foram frustrantes. Até mesmo dezembro, o mês de maior média de chuvas do ano, surpreende em 2017, pois apesar de não ter terminado, soma até o momento 68,5 milímetros, 20,9% do previsto.

Baixa previsibilidade

Para os meteorologistas, a baixa pluviometria é resultado dos consequentes bloqueios atmosféricos que atingiram a Zona da Mata até outubro, afastando as frentes frias e as nuvens de chuvas. Conforme divulgado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), parte da região Sudeste, incluindo a Zona da Mata, tem baixa previsibilidade meteorológica para os próximos três meses. Ou seja, não foi possível determinar, até o momento, se as chuvas ficarão acima, abaixo ou dentro da média histórica.

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