Mesas ao ar livre, a população se reencontrando com a cidade e mais segurança na hora de sair de casa. É isso que busca o projeto “Bar na rua”, criado pela Secretaria de Turismo (Setur) em ação com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A ideia é que bares, restaurantes, lanchonetes e hotéis possam instalar um parklet fora de seus estabelecimentos, nas vagas reservadas para carros. O projeto já está em etapa de implantação em seis estabelecimentos da cidade e será apresentado como uma das ações de celebração do final de ano em Juiz de Fora.
Uma reunião será feita no Anfiteatro João Carriço (Paço Municipal, Avenida Rio Branco 2234 – Segundo piso) nesta segunda-feira, às 15h, para apresentar o projeto aos empresários que ainda têm dúvidas de como será o funcionamento e que também querem saber se estariam aptos a participar. De acordo com Marcelo do Carmo, Secretário de Turismo, essa ação visa justamente apoiar a retomada do setor, que foi um dos que mais sofreu durante a pandemia da Covid-19.
Esses tipos de estabelecimentos poderão usar uma ou duas vagas de estacionamento público próximas para receber seus clientes – desde que se trate de um local autorizado a fazer isso e com a implementação do parklet. Esse planejamento é feito junto com a Secretaria de Meio Ambiente e Atividades Urbanas (Sesmaur) e a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), para que não ocorram problemas no fluxo da cidade.
O secretário acredita que essa ação pode trazer vários benefícios para a população, que vão desde mais segurança na hora de frequentar os estabelecimentos, mais espaço disponível nos bares e melhoria do fluxo de caixa das empresas, e chega até mesmo à geração de mais empregos. Marcelo do Carmo explica que a ação pretende contribuir para a valorização da cidade. “Faz parte da retomada das noções de pertencimento que a gente perdeu durante a pandemia. É para viver a cidade e ocupar o espaço público com segurança. Entender que a cidade é nossa, para nós”, ele destaca.
Chancelados como ‘destino seguro’
“Pode até ser que não pareça e que nem todos saibam, mas Juiz de Fora tem uma vocação muito grande para o turismo gastronômico”, diz Marianna Ibrahim, assessora da Setur que está atuando diretamente no desenvolvimento do projeto. Ela explica que, por conta da história da cidade e da sua localização estratégica, é justamente esse setor que tem a maior capacidade de fazer tal movimentação. Para ela, é muito mais que um projeto momentâneo, e sim uma iniciativa capaz de colocar Juiz de Fora em um cenário cosmopolita da gastronomia.
Marcelo ressalta que esse aspecto é um dos grandes objetivos da ação, o que fica ainda melhor quando se considera que esse tipo de medida também tem a vantagem de proporcionar mais proteção para a população durante este momento de retomada. A seu ver, a partir do aumento do controle sobre a pandemia, a segurança e a preservação da saúde das pessoas sem dúvida passaram a ser critérios mais definitivos para esse movimento de retomada do turismo.
Outro diferencial apresentado pelo projeto é que, a partir de sua implementação, os estabelecimentos podem começar a receber um selo internacional que os define como destino seguro. O selo World Travel & Tourism Council (WTTC) pode ser chancelado e, de acordo com a visão de Marcelo, é capaz de tornar a cidade mais atrativa para quem busca lazer e segurança no cenário brasileiro.
É exatamente isso que enxerga Edinho Coimbra, sócio-proprietário do Filezinho Grill, um dos primeiros estabelecimentos a demonstrar interesse em participar do projeto. O bar ficou fechado durante muitos meses, funcionando apenas com delivery. Agora Edinho alimenta a expectativa de que, além de poder usar o projeto para atender ainda mais clientes, a nova experiência também possa contribuir para fomentar o turismo da cidade. “Quem não gosta de se alimentar e tomar uma cerveja ao ar livre?”, pondera.
Tendência mundial
De São Paulo a Nova York, é possível ver mesas na rua e as pessoas aproveitando esses espaços. O projeto “Bar na rua” segue essa tendência, na tentativa de ocupar melhor os espaços públicos da cidade. Eles ressaltam que esse tipo de experiência já existe com muito sucesso em diversos locais do mundo, de forma inclusive fixa e com alta adesão dos diversos setores da sociedade.
Por isso mesmo, para Marianna, se o projeto tiver adesão dos proprietários e empresários da cidade, a expectativa é estendê-lo. “E, quem sabe, um dia transformá-lo em algo permanente.” Também é o que pensam Alexandre Vaz e Breno Farece, do São Bartolomeu. Alexandre explica que vê essa ação tendo um impacto positivo na autoestima da população nesse momento de retomada e, a longo prazo, na qualidade de vida. “A gente espera que sirva não só nesse momento, mas que crie nas pessoas uma consciência de que a cidade é mesmo da população”, conclui.
O projeto inicialmente estava previsto para funcionar entre 11 de outubro e o dia 31 de janeiro. No entanto, o Marcelo do Carmo disse que já está em pauta na próxima reunião da comissão do JF Viva, responsável também por esse projeto, que esse prazo seja prorrogado.
Como os proprietários são responsáveis pela aquisição e manutenção dos equipamentos para viabilizar o parklet, o objetivo da prorrogação é permitir que os empresários possam ter mais segurança econômica na hora de fazer um investimento na instalação desses espaços. A partir dessa mudança, podem ter uma perspectiva mais alongada da rentabilidade e dos impactos positivos que serão estendidos para todos.
Especificações dos parklets: dimensões estabelecidas
A) A altura do anteparo para a rua deve ser de pelo menos 1,40m
B) A altura do anteparo lateral deve ser de pelo menos 1,10m
C) A largura total do deck deve respeitar no máximo a largura da calçada
D) Elementos verticais (ex: guarda-sol, ombrelones) não poderão ultrapassar a altura de 2,50m
A instalação deve possuir permeabilidade visual, ou seja, que permita o contato visual dos pedestres com o seu interior
A instalação não deve ultrapassar o limite da(s) vaga(s) pretendida (s)
Fonte: PJF