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Professoras de JF são finalistas em etapa nacional

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Andrea e Keila comemoram o sucesso do projeto que já rendeu premiação na etapa regional (Foto: Arquivo Pessoal)
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O Preto está exausto de ser usado apenas para contornar desenhos. O Azul precisa de férias, pois só colore coisas grandes como o céu e os oceanos, e já é só um toquinho no fundo da caixa. Já o Laranja e o Amarelo não se falam mais porque disputam qual a verdadeira cor do sol. Assim o livro “A Revolta dos gizes de cera”, uma ideia e a sala cheia de crianças levaram as professoras juiz-foranas Andrea Rodrigues e Keila Cardoso, da Escola Municipal Bonfim, ao final do Prêmio Professores do Brasil. Elas concorrem na categoria educação infantil/pré-escola, com o projeto “Identidade, arte e literatura: uma parceria colorida”, e estão entre os 30 profissionais do Brasil que seguem para a final.

“Nós percebemos que nossos alunos estavam com dificuldade de nomear, usar e variar as cores nos desenhos. Isso era preocupante. Tinha criança que não mudava de cor nunca e, diante disso, nossa dúvida era se os alunos desconheciam, tinham dificuldade ou não gostavam de determinadas cores”, conta Andreia, ao explicar como nasceu do projeto. “O objetivo era fazer com que as crianças reconhecessem, nomeassem e usassem as variadas cores além de ampliar o conhecimento sobre artes visuais.” A ideia pôde ser materializada através do livro “A Revolta dos Gizes de Cera”, de Drew Daywalt. “Eu tinha comprado o livro e unimos o útil ao agradável. (Depois,) nós fomos convidadas para apresentar o trabalho, e ele foi muito elogiado. Ficamos meio abismadas, pois era uma ideia simples para se inscrever. A iniciativa já deveria ter sido desenvolvida”, diz.

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Andreia e Keila venceram a etapa regional e foram premiadas com R$ 7 mil, uma viagem à Irlanda para participarem de programa de capacitação apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), além de ganharem troféu e equipamentos de informática para a escola onde atuam.

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Na sala de aula

O livro conta a história do menino Diego que só quer colorir. Mas, quando abre a caixa, ele encontra apenas cartas deixadas pelos gizes. “Em princípio, apresentamos as mensagens como se os alunos tivessem recebido a reclamação daquela cor. Por exemplo, o giz de cera rosa disse que o menino não tirava ele da caixa e que apenas a irmã usava a cor. Aproveitamos o contexto para discutir sobre como é se sentir de lado. Passada essa fase, as crianças desenharam coisas que normalmente estavam associadas a meninos, mas usando a cor rosa. Cada cor trouxe um trabalho diferente”, disse a professora, acrescentando que foram dois meses de desenvolvimento do projeto em sala de aula.

Obras de artistas como Van Gogh, Matisse e releituras de outros artistas famosos também foram apresentadas através de mosaicos, recortes e desenhos. “O resultado foi surpreendente, pois concluímos que o mar não precisa ser sempre azul, as árvores marrom e o sol amarelo. Conseguimos desconstruir ideias e mostrar a eles a liberdade que cada um deve ter sem preconceitos”.

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A partir do incentivo da Secretaria de Educação de Juiz de Fora, Andrea e Keila se inscreveram em dois projetos nacionais e tiveram êxito no Prêmio Professores do Brasil nas etapas estadual e regional. “Ficamos surpresas com o resultado. Não havia expectativa de sermos contempladas”, ressalta Andrea. Em sua 10ª edição, a premiação irá acontecer em 18 dezembro em São Paulo. Nesta data serão conhecidos os seis vencedores nacionais. Além delas, outros dois profissionais mineiros estão na disputa: Gracielle Leite da Silva, de Carangola, e Adalgisio Gonçalves Soares, de Minas Novas.

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