Dois rodoviários que participaram da manifestação do transporte público urbano, na manhã desta sexta-feira (21), alegam terem sofrido “ações truculentas e exageradas” da Polícia Militar, quando estavam na Praça Antônio Carlos, na região central de Juiz de Fora. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra um trabalhador filmando policiais, enquanto outro é revistado. Enquanto falava que estava filmando a ação, um militar teria puxado a gola de sua camisa, o que seria uma tentativa de impedir a gravação. No vídeo, ele grita que estariam o “enforcando”.
Um dos profissionais, que prefere manter o nome sob sigilo, é cobrador. Ele narrou à Tribuna que os dois estavam tentando impedir que um ônibus da Gil seguisse viagem, e começaram a discutir com o motorista do veículo, que teria “jogado o ônibus para cima deles”. “Nisso, a polícia já veio pra cima. Alguém passou e quebrou o retrovisor do ônibus. Até pensei que pudesse ter sido eu, esbarrado e quebrado. Mas o retrovisor que quebrou foi o do lado oposto que eu estava. Aí o policial veio e bateu com o cacetete, foi quando meu colega começou a gravar e também foram para cima dele”, contou.
O cobrador ainda relatou que foi revistado pelos policiais, e que os militares queriam levá-los para a delegacia. “Isso só não aconteceu porque tinha muita gente filmando.”
A Tribuna procurou a Agência Regional de Comunicação Organizacional da 4ª Região de Polícia Militar (4ªRPM), a fim de que a corporação se posicionasse a respeito do ocorrido, mas foi informada que só a assessoria de comunicação do 2º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região central da cidade, poderia se manifestar. Por meio de dezenas de ligações, a Tribuna tentou contatar o órgão, mas as ligações não foram atendidas.