Mais um detento do Ceresp, de 47 anos, testou positivo para Covid-19 em Juiz de Fora. O caso foi confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) à Tribuna nesta terça-feira (21), uma semana depois de o jornal divulgar que o primeiro preso da unidade prisional infectado pelo coronavírus morreu no HPS. Apesar da proximidade entre os casos, a pasta informou que as duas vítimas não dividiam o mesmo espaço e não tiveram contato. Vanderlei Luiz Cardoso, 53, que faleceu, ficava na chamada “cela de idosos”, destinada aos mais vulneráveis. Ainda conforme a Sejusp, não é possível precisar como o acautelado que teve diagnóstico positivo nesta semana foi contaminado pela doença.
“O custodiado já foi encaminhado a uma unidade de saúde para atendimento médico e retornou para o Ceresp, onde permanece isolado. Ele está recebendo as orientações e atendimentos necessários, conforme determinam os protocolos de atendimento dos órgãos de saúde”, informou a pasta, por meio de nota. A Sejusp garantiu ainda que os presos que estavam convivendo com o interno estão assintomáticos e sendo monitorados pela equipe de saúde da unidade prisional. “Eles estão isolados dos demais e utilizando máscaras.”
Em relação a Vanderlei, a Sejusp havia informado que todos os 22 presos que dividiam a cela com ele testaram negativo para Covid-19. O detento estava internado na UTI do HPS desde 29 de junho e faleceu no último dia 13, sendo o primeiro caso e o primeiro óbito de preso confirmado pelo Estado. Ele era diabético e recebia atendimento médico diariamente no Ceresp. A suspeita inicial do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) é de que o contágio teria acontecido, supostamente, na saída do acautelado, com escolta externa, para um atendimento médico no HPS no dia 24 de junho.
Medidas
Nesta terça, a Sejusp reforçou as principais ações que estão sendo realizadas para prevenir e controlar a disseminação do coronavírus nas unidades prisionais de Minas Gerais, como a suspensão das visitas, para evitar contato com o público externo, assim como o cancelamento da entrega de “sacolas”, levadas por parentes. Além disso, todas as pessoas presas no estado são encaminhadas para uma unidade específica e ficam, pelo menos, 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio.
O protocolo estabelecido pelo Estado em relação a acautelados que apresentem sintomas de infecção pelo coronavírus é isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento. “Em todas as unidades em que há presos com Covid-19 confirmados, a desinfecção do ambiente também é imediata, e todos os demais detentos passam a usar máscaras, de forma preventiva”, afirma a Sejusp.