No colo do pai e abraçado ao seu caminhãozinho, o pequeno Theo, 2 anos, começa a despertar para uma paixão que ele ainda não sabe, mas corre no sangue. O pai Marcel Andrade, apaixonado confesso pelo retrô, herdou do pai o encanto pelos automóveis antigos. O avô de Theo, já falecido, tinha uma Simca Chambort, uma raridade, como tantas expostas no Encontro Anual da Associação de Veículos Antigos (AVA). O evento chega, este ano, à sua 17ª edição, com a expectativa de reunir cerca de 700 expositores de várias partes do país e atrair até 20 mil pessoas nos dois dias de realização. A exposição acontece neste sábado e domingo, das 8h às 18h, no estacionamento do Carrefour. A entrada é franca.
Quem percorre os corredores repletos de veículos encontra nacionais e importados, de todos os tipos e para todos os gostos. Este ano, o imponente Cadillac Eldorado 1955 tem atraído a atenção dos visitantes. É a primeira vez que o automóvel do Gilvan Novais é exposto. Além do Cadillac, ele possui um Maverick GT 79 e um Ford Landau 1982. A paixão pelos carros antigos é descrita de forma simples: o menino que adorava brincar de carros, cresceu e, há 19 anos, ama restaurar automóveis antigos. O colecionador Dejair Goretti, que participa da exposição com cinco ônibus das décadas de 1951 a 1968, descreve o antigomobilismo como uma “loucura”. Há 20 anos ele começou com o hobby e comenta que os eventos são uma grande oportunidade de encontrar, reunir e fazer novos amigos.
Com alegria, o colecionador Geraldo Chapinoti mostra o primeiro protótipo do Santa Matilde, de 1975, outra raridade no país. Também estão expostos no evento um Ford Thunderbird 1956, um Cadillac 1973 e um Corvette 1977, todos de sua propriedade. Além de se dedicar a pesquisa e aquisição de peças para restaurar os automóveis da sua coleção, Geraldo adora dar uma passeada nos carros nos finais de semana. O sorriso que ele abriu ao falar sobre a paixão é o mesmo compartilhado pelo organizador, pelos expositores, por Marcel e seu filho Theo, provando que o amor ao antigo perpassa as gerações.
Para o presidente da Associação de Veículos Antigos, Jorge Levy, conhecido como Jorge Borboleta, este é um momento de integração dos antigomobilistas, cujo lema é “não importa se a pessoa tem um Fusca ou um Cadillac, todos estão unidos pelo ideal de preservação dos carros antigos”. Jorge destaca a oportunidade de aproximação de vários clubes de outros estados. Só no ano passado, expositores de 85 cidades marcaram presença em Juiz de Fora. Além disso, é um dos maiores eventos beneficentes do estado. A inscrição para participação consiste na doação de cinco quilos de alimentos a seis entidades da cidade.
