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Bandidos voltam a agir na BR-040 e agridem idoso em assalto

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Desde janeiro, quando motorista de 50 anos foi morto em um latrocínio, diversos outros casos de violência foram registrados na mesma região da rodovia. (Foto: Fernando Priamo)
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A ação de bandidos na BR-040 nas imediações da área de invasão conhecida como Afeganistão, na Zona Norte de Juiz de Fora, está assustando quem transita pelo local. O último episódio aconteceu em plena tarde de quinta-feira (20) e resultou com um idoso ferido. Ele foi agredido por não ter uma quantia alta em dinheiro para entregar aos bandidos. No mesmo ponto, que fica no km 779 da rodovia, foi registrada a morte de um motorista em janeiro deste ano. Ele foi assassinado por criminosos que fecharam a rodovia para assaltar condutores. O trecho já vem sendo evitado por ciclistas que praticam o esporte na região. Há relatos também de condutores que preferem não passar pelo local durante a noite. A situação vem sendo monitorada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Militar (PM).

O último episódio violento aconteceu por volta de 15h, o que demonstra ousadia dos ladrões, que agem durante o dia na maioria dos casos passados. Segundo informações do boletim de ocorrência, o idoso, 66 anos, informou que foi surpreendido por dois criminosos encapuzados quando passava de bicicleta em frente a uma invasão conhecida como “Afeganistão”. Ainda se recuperando dos ferimentos e do susto, o aposentado conversou com a Tribuna sobre o roubo.

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O homem é morador do Bairro Santa Cruz, mesma região, e contou que tinha o costume de caminhar ou pedalar na 040. “Eu não sabia que outros casos já tinham ocorrido. Ontem (quinta-feira) estava muito frio, e resolvi dar uma volta de bicicleta para esquentar. Eu estava devagar quando, do nada, surgiram dois garotos. Eles mandaram parar a bicicleta e, em seguida, já me jogaram no chão e me arrastaram para perto do meio-fio”, contou.
Conforme o idoso, mesmo rendido e de bruços, a dupla deu vários socos, principalmente no seu rosto. “Eles reviraram meu bolso atrás de dinheiro e me bateram. Parece que tinham algo na mão, pois me feri muito”, comentou. O homem acredita que só saiu com vida, pois um caminhoneiro percebeu a situação e parou o caminhão poucos metros à frente. “Eles eram muito violentos, acho que se assustaram com o caminhoneiro e fugiram na minha bicicleta. Hoje paro para pensar e imagino que a esta hora eu poderia estar em um caixão”, disse, acrescentando que três moradores da área de invasão prestaram os primeiros socorros a ele.

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O aposentado foi levado para a UPA Norte, em Benfica, e precisou levar alguns pontos na boca. Ele ainda teve ferimentos na região do olho e machucou o pé. “Agora vou evitar passar por lá. Se aconteceu uma coisa dessas às 15h, pode acontecer outras vezes. Não dá para arriscar”, finalizou. Os suspeitos não foram localizados.

Casos recorrentes chamam a atenção

No último dia 8, dois indivíduos, sendo um deles armado, assaltaram um homem, 48 anos, que passava a pé pelo mesmo local. Como a vítima disse que não tinha dinheiro, um dos bandidos ameaçou atirar em seus joelhos. Diante disso, ele entregou à dupla R$ 390, um celular, duas blusas e um chaveiro com quatro chaves. Os ladrões fugiram em seguida e não foram encontrados.

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No dia 30 de maio, um jovem, 20, foi roubado no km 775 da rodovia, na mesma região. Na ocasião, os policiais conseguiram prender um suspeito de 19 anos. Cinco dias antes, um homem, 42, foi roubado quando saía de uma empresa localizada no mesmo quilômetro. A vítima contou que foi abordada por um criminoso armado de garrucha, por volta de 10h. O bandido roubou um celular e R$ 768. O ladrão fugiu em um Fusca e não foi encontrado.

No dia 7 de janeiro, o motorista Carlos Antônio de Oliveira, 50, foi alvejado por um tiro fatal no pescoço em bloqueio montado por assaltantes. Ele conduzia uma saveiro em que estavam mais cinco pessoas na picape cabine dupla, incluindo uma mulher e uma criança de 1 ano. Um jovem de 18 anos e dois adolescentes, ambos de 17, foram considerados pela Polícia Civil como os autores do latrocínio (roubo seguido de morte). Dias antes, criminosos já tinham fechado a rodovia e feito outras vítimas.

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Trecho é evitado

O diretor da ONG Mobilicidade, Guilherme Mendes, comentou que já faz algum tempo que os ciclistas foram alertados sobre os assaltos na região. “Sempre comentamos nos grupos sobre a situação. A orientação é evitar passar por lá. Mas se escolher a rota, que passe em grupos grandes. Percebemos que só quem está sozinho vem sendo vítima”, disse.

Uma professora universitária que mora na região e trabalha no São Pedro, Cidade Alta, sempre usou a BR-040 para se deslocar, mas, depois dos casos violentos, evita a área. “A gente fica assustada. Os últimos casos aconteceram cedo, e eu prefiro perder mais tempo e passar pelo Centro do que me arriscar”, contou. O universitário Rodrigo Souza, morador de Benfica, também prefere evitar o trecho. “Sempre gostei de andar de bicicleta lá, principalmente aos fins de semana. Mas agora não vou mais. Se durante dias da semana, que tem mais movimento, já ocorrem roubos, imagina quando a estrada está mais deserta”, comentou.

Polícia diz que criminosos são reincidentes

De acordo com o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Juiz de Fora, Leonardo Fácio, a área tem histórico de assaltos e é monitorada e policiada de forma rotineira. Conforme Fácio, o principal problema é que os criminosos correm pra dentro da comunidade, quando as viaturas da corporação se aproximam. Ele acredita que nem todos os casos que estão acontecendo no ponto estão sendo registrados pelas vítimas e ressaltou que é importante que seja feita esta comunicação, até mesmo para que sejam planejadas ações no local.

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Segundo o comandante da 173ª Companhia da Polícia Militar, capitão Ricardo França, apesar de o policiamento na BR-040 não ser de responsabilidade da PM, os suspeitos de cometerem o último delito já estão identificados como adolescentes. Para o oficial, os registros frequentes são reflexo de um problema social. “Os suspeitos são moradores desta área de invasão, onde há sérios problemas sociais e antigos, onde nada foi feito. A maioria dos autores é menor de idade. Eles são apreendidos e, no mesmo dia que cometem o delito, são liberados e voltam a praticar crimes. A Polícia Militar só trabalha com as consequências do problema, nós intensificamos o policiamento, fazemos operações, tudo que está ao nosso alcance. Mas sem uma ação pontual por parte dos demais poderes, não teremos resultado significativo”, destacou.

A Tribuna tentou contato com a Prefeitura para saber se está sendo planejada alguma ação social voltada para os moradores da invasão, mas, até o fechamento desta edição, não obtivemos retorno.

*Colaborou Marcos Araújo

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