A direção do Hospital Doutor João Penido e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) continuam negociando para que a porta de atendimento de urgência e emergência da unidade seja reaberta. Desde que a proposta foi colocada em audiência pública realizada em outubro, a possibilidade de atender a demanda da Região Nordeste é estudada por ambos. Primeiro a PJF, por meio da Secretaria de Saúde, fez uma sugestão, que foi recebida e avaliada pela direção do hospital. Depois, recebeu uma contraproposta e, nessa semana, foi a vez de a Administração Municipal levar outras modificações para o projeto.
“Vamos analisar essa proposta para ver se é viável. Estamos caminhando para uma solução, e o hospital tem pleno interesse em atender a população. Não podemos definir sozinhos o serviço, somos prestadores, servimos à rede, e só podemos prestar o atendimento quando somos contratualizados. Sabemos que o atendimento de urgência fica longe da população da região, ele precisa se deslocar daqui e ir ou para a Zona Norte ou para a Zona Sul”, disse o diretor do João Penido, Daniel Ortiz.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde (SS) informou que tem feito todo o esforço possível para garantir o retorno do atendimento no João Penido. “A SS apresentou sua terceira proposta para viabilização do projeto, que prevê o funcionamento de um Pronto-Atendimento (PA) e não de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). A proposta foi elaborada seguindo análise do perfil de atendimento do próprio hospital e necessidade da população da região Nordeste e de municípios vizinhos, cálculos feitos com base em portarias do Ministério da Saúde, respeitando os valores ofertados pelo SUS.
Conforme a Secretaria, o projeto inclui o pagamento pelo atendimento e um incentivo dado aos hospitais pelo atendimento de urgência e emergência, garantindo incremento dos recursos repassados à unidade hospitalar. Ainda de acordo com a nota, a contratualização com o Município para os atendimentos já feitos hoje será mantida, inclusive para a realização de exames complementares. De acordo com os dados apresentados pela pasta, retirados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), a população da região chega a aproximadamente 75 mil pessoas. Para atendê-las, a proposta é oferecer R$100 mil de incentivos mensais e um valor estimado de produção de R$ 49,5 mil.
De acordo com o vereador Marlon Siqueira (PMDB), que acompanha a questão junto com a comissão formada pelos também vereadores Mello Casal (PTB) e Júlio Obama Jr. (PHS), na reunião foi apresentado aos representantes de bairros da região Nordeste, como é o cálculo dos gastos com um serviço como esse, até chegar ao valor unitário por cidadão, com base nas tabelas do Ministério da Saúde. “O hospital ficou de analisar os números e acertou de, no dia 10 de janeiro, formalizar uma contraproposta. Percebemos uma boa vontade dos dois lados. O Município concordou em aumentar o valor da proposta, que antes era de R$ 50 mil mensais para R$ 150 mil. Tenta chegar dentro de uma razoabilidade, e agora falta o posicionamento do João Penido.”
O atendimento solicitado é de urgência em ginecologia, clínica geral e pediatria 24 horas. Houve também avanço na discussão na negociação com o Consórcio Intermunicipal de Saúde para Gerenciamento da Rede de Urgência e Emergência da Macro Sudeste (Cisdeste) para ter uma ambulância no João Penido. “Houve manifestação positiva do Cisdeste, e apresentamos documentação para a direção do hospital. Vamos formalizar o pedido para que ele tenha andamento”, disse Marlon Siqueira.