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Seguranças de boate serão ouvidos hoje na delegacia

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“Quero descobrir o que aconteceu no trajeto desde a saída da boate até o local onde o corpo foi encontrado.” Com o alvo da investigação bem delimitado, o delegado de Homicídios, Rodrigo Rolli, inicia hoje a série de oitivas do caso Matheus Goldoni Ribeiro, 18 anos, achado morto, no final da manhã de segunda-feira, nas águas da cachoeira do Vale do Ipê, entre a região central e a Cidade Alta, depois de ficar desaparecido por cerca de 56 horas. Por volta das 8h30, deverão começar os depoimentos de cinco pessoas ligadas à casa noturna Privilège: o segurança que colocou Matheus para fora da boate após uma briga, o segurança que correu atrás do jovem pela Estrada Engenheiro Gentil Forn quando ele teria começado a danificar retrovisores de carros estacionados, o gerente operacional, o diretor e o responsável pelo sistema de filmagens.

Já à tarde, deverão comparecer à Delegacia Especializada de Homicídios, no Bairro de Lourdes, o pai e o irmão de Matheus. “Conforme forem surgindo novas informações e outros nomes, principalmente por parte dos familiares, iremos intimar outras pessoas que possam trazer algum fato novo à investigação”, disse o delegado. Rolli acrescentou que, na próxima quarta-feira, estão agendados os depoimentos dos proprietários dos quatro carros que tiveram seus retrovisores danificados na Gentil Forn na madrugada de sábado.

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[Relaciondas_post] Ontem, o Privilège divulgou nota pública, manifestando solidariedade aos familiares e amigos de Matheus e reiterou “total disponibilidade em fornecer qualquer tipo de informação que contribua para o rápido esclarecimento dos fatos relativos à tragédia que está sendo vivida pela família do jovem”. O club afirmou que tem “a segurança como fator primordial” e que preza pela transparência em suas atividades, repudiando a violência. “Nosso comprometimento com a verdade nos faz crer que, da mesma forma que os fatos serão esclarecidos, as acusações falsas e irresponsáveis serão repreendidas.”

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Suspeita de afogamento

Enquanto a família de Matheus cobra esclarecimentos sobre a morte do jovem, o delegado aguarda o laudo da necropsia do corpo para confirmar a causa do óbito, apontado preliminarmente como afogamento. Ainda segundo informações iniciais, o rapaz teria morrido cerca de 48 horas antes de ser encontrado na água, e não apresentava marcas visíveis de agressão. Por enquanto, Rolli continua investigando possível crime de homicídio, sem descartar qualquer hipótese, como latrocínio (roubo seguido de morte) e morte acidental.

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O caso ganhou grande repercussão na cidade e causou comoção entre amigos e familiares de Matheus, que lotaram o Cemitério Municipal durante o sepultamento na manhã de terça-feira. Desde o desaparecimento do rapaz, morador do Santa Efigênia, Zona Sul, houve grande mobilização. No domingo, as buscas na mata próxima ao Privilège foram reforçadas pelo Corpo de Bombeiros, que retomou os trabalhos na segunda. No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, uma manifestação interditou a Gentil Forn por mais de uma hora.

Matheus se envolveu em uma briga “sem gravidade” por motivos passionais na boate e, por isso, foi “convidado a se retirar”. O que aconteceu do lado de fora até o momento da morte do jovem ainda é um mistério, que a polícia trabalha para desvendar. Por enquanto, há a informação, divulgada em nota pela casa noturna, de que Matheus desceu em direção ao Centro “quebrando retrovisores de automóveis estacionados na Estrada Engenheiro Gentil Forn”, e que um segurança do club foi atrás, mas já não o localizou.

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Para tentar esclarecer pelo menos parte da trajetória de Matheus, o delegado requisitou ao Privilège os HDs que contêm as filmagens das câmeras da casa noturna. Os materiais deverão ser periciados em Belo Horizonte. Na quarta-feira, Rolli soube pela perícia que a carteira e o celular do jovem não estavam junto ao corpo e nem nas imediações de onde ele foi encontrado. A informação reforça a ideia de que, por enquanto, nenhuma linha de investigação pode ser descartada.

 

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