Atualizada às 20h47
Após um dia de depoimentos no caso de Matheus Goldoni Ribeiro, a Polícia Civil continua a não descartar nenhuma hipótese para a morte do jovem. Conforme o delegado Rodrigo Rolli, nas oitivas desta quinta-feira (20), “houve contradições fortes entre o que dizem pessoas ligadas à boate e familiares da vítima. Depois dos depoimentos, chegamos a outras sete testemunhas, que serão ouvidas a partir de amanhã (sexta).” Nesta quinta foram ouvidas sete pessoas: dois seguranças da casa noturna, o gerente do local e o técnico de informática responsável pelo sistema de segurança da Privilège. Além deles, os pais e o irmão de Matheus prestaram esclarecimentos.
“Os familiares alegam que testemunhas viram Matheus e o outro jovem com o qual teria brigado sendo levados para um quarto dentro do estabelecimento após a briga. Já os seguranças informaram apenas que colocaram a vítima para fora da boate depois da confusão”, disse Rolli. Diante das contradições, o delegado informou que pedirá uma acareação entre as testemunhas nos próximos dias. Segundo ele, na manhã desta sexta, estão intimados o jovem envolvido no desentendimento e sua namorada, que seria o pivô da briga.
[Relaciondas_post]O delegado contou ainda que, em depoimento, os seguranças informaram que, já do lado de fora da boate, o jovem, que estaria muito exaltado, teria tentado dar um soco em um dos seguranças, que se esquivou. “Eles disseram que só teriam corrido atrás de Matheus depois que ele quebrou retrovisores. Ele teria corrido muito rápido, e os profissionais o perderam de vista.” Rolli afirmou que os proprietários dos carros supostamente danificados por Matheus já foram intimados.
Também nesta quinta a boate cedeu à Polícia Civil as imagens do circuito de câmeras. “Eles informaram que havia 32 câmeras na casa, mas apenas uma estava funcionando. O material será periciado para comprovar se realmente isto se comprova”, pontuou, acrescentando que os responsáveis pela boate informaram que não há câmeras na área externa.
O titular da Delegacia de Homicídios disse que investigadores também fazem diligências para levantar outras provas. A equipe da especializada já retornou à mata em busca de evidências e dos pertences de Matheus, uma carteira e um celular, que ainda não foram encontrados. “Neste final de semana, os trabalhos em campo continuam, e podemos ter novos indícios primordiais.” A família de Matheus Goldoni não acredita na hipótese de latrocínio, uma vez que o rapaz não tinha dinheiro na carteira, o celular da vítima não seria tão moderno e o que ela teria de mais valioso era um cordão, que não foi levado.
Asfixia por afogamento
Rolli destacou que o corpo foi periciado por cerca de três horas e meia. Apesar do laudo oficial não ter ficado pronto, segundo ele, a perícia não constatou sinais de violência interna e externa, e a morte foi causada por asfixia por afogamento. Segundo ele, são aguardados ainda laudos das vísceras de Matheus, que vão apontar se ele consumiu álcool e outras drogas. O exame é feito em Belo Horizonte e deve ficar pronto nos próximos dias. A Polícia Civil pede que qualquer informação relativa ao caso seja levada à Delegacia Especializada de Homicídios, no Bairro de Lourdes.