
Criada durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, a Inclui PCD se tornou a maior feira de inclusão on-line destinada a ajudar na empregabilidade de pessoas com deficiência. O evento tem início nesta quarta-feira (20) e se estende até a sexta (22), marcando a homenagem ao Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado nesta quinta (21). Em sua quarta edição, a feira on-line e 100% gratuita já reúne 3.500 vagas disponíveis, sendo 180 em Minas Gerais e 2.800 na região Sudeste, em mais de 300 empresas, como Azul, BASF, Bosch, EY, Heineken, Nexa, Pepsico, Gerdau, Globo, Grupo Soma, GPA, Nivea, Raízen e outras. Os interessados em participar devem acessar o site https://incluipcd.com.br.
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Além da feira on-line de empregos, o evento oferece uma série de painéis de discussão com conteúdos e capacitações gratuitas para pessoas com deficiência em busca de emprego. Para Guilherme Braga, fundador e CEO da Egalite, empresa que realiza a Inclui PCD, a feira disponibiliza oportunidades de trabalho e tem o papel de criar pontes entre candidato e empresa. “Nesses últimos três anos fomos percebendo uma lacuna de espaço qualificado para que empresas e pessoas com deficiência pudessem se conectar. Além disso, o mercado ainda tende a olhar para essas vagas afirmativas como cumprimento da lei de cotas. A Inclui PCD veio se transformando para desafiar isso e apostar em uma inclusão ampla que gera resultados.”
Desde seu surgimento, mais de mil empresas já participaram da feira e ofereceram cerca de 26 mil vagas em 18 estados do país. Para Guilherme, essa trajetória destaca grande avanço, tanto interno, na organização e aperfeiçoamento da plataforma, como também na maturidade das empresas com o tema. “A Inclui PCD está dando mais um passo muito significativo em 2023, que é não ser apenas mais uma feira que acontece uma vez ao ano, e se tornar uma plataforma recorrente. Com isso, a gente vai ter oportunidade de emprego e capacitação ao longo de todo o ano. E da parte das empresas, percebemos mais abertura e maiores movimentos em busca de fazer inclusão.”
Além disso, a Inclui PCD está inaugurando duas ferramentas no site. A primeira consiste na possibilidade de gerar “feedback”, um local onde as empresas poderão dar retorno direto ao candidato sobre seu desempenho no processo seletivo. A outra consiste na criação de um selo oficial “Inclui PCD”, no qual as empresas que fizerem inclusões através da plataforma receberão essa certificação. Como conta Guilherme Braga, essas iniciativas pautam o compromisso do projeto com a criação de relacionamentos responsáveis e conscientes com as empresas, para ajudar as pessoas com deficiência no ramo da empregabilidade. “A nossa plataforma gera um volume grande de candidatos, temos empresas que já estão com mais de 600 inscrições nas suas vagas. Isso é uma grande responsabilidade e, por isso, a gente vem alinhando com os times de seleção com antecedência e com todos os nossos patrocinadores, para que eles se programem e consigam efetivamente dar retorno para os candidatos”, afirma.
Desvincular deficiência de ineficiência
Conexão, inclusão e capacitação são os pilares sobre os quais a Inclui PCD constrói suas ações, segundo Guilherme Braga. É dentro desse cenário que a equipe também busca criar um viés de impacto positivo capaz de se ramificar e provocar mudanças dentro da sociedade. Para o fundador da Egalite, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho desvela um desafio cultural que precisa ser trabalhado. “A gente entende que boa parte das pessoas não são contra, mas pela falta de conhecimento acabam tomando ações que prejudicam a inclusão e fortalecem o capacitismo. O mais importante é entender que uma pessoa com deficiência não é um número para cota, mas sim uma pessoa com potencial, talento e uma série de atributos que agregam muito em uma empresa. Temos que desvincular a deficiência da ideia de ineficiência”, defende.