Um homem de 40 anos foi preso em flagrante pela Polícia Militar depois de confessar estuprar constantemente sua filha, 16. Os abusos aconteceriam desde que ela tinha seis anos de idade. O caso veio à tona após duas amigas da garota, ambas também de 16 anos, ficarem sabendo da situação e decidirem ajudar acionando os militares. Os abusos sofridos pela menina eram contados às amigas por meio de mensagens de celular. Como seu telefone era monitorado pelo estuprador, a vítima criou um código para relatar quando era estuprada. Segundo a Polícia Militar, a frieza com que o homem confessou os crimes deixou os militares “estarrecidos”. Ele teria dito aos policias já ter pesquisado na internet que incesto, nome dado à relação sexual entre parentes, não era crime. O homem já está no Ceresp.
De acordo com o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), uma das amigas procurou a Polícia Militar na manhã do último domingo (19). A adolescente disse aos policiais que precisava muito ajudar a vítima, mas que não sabia como proceder. Ela relatou aos policiais que a garota confidenciou a ela um fato que teria a deixado estarrecida. A menina disse que, desde os seis anos, vinha sofrendo os abusos do pai.
A vítima afirmou a colega que “não suportava mais e que precisava de ajuda urgente, pois não tinha mais com quem contar”. Segundo o documento policial, a garota disse que já teria tentado contar a familiares, mas, como não tinha provas, ficou sem apoio, abrindo brecha para que o crime continuasse a ocorrer.
Como o pai mantinha constante monitoramento do celular da filha, a vítima não conseguia pedir ajuda e conversar com as pessoas sobre o que sofria. O homem, segundo a PM, fazia ameaças de morte à filha. Porém, ela e as amigas criaram um código para conversar sem que o homem desconfiasse das confissões. A PM informou que a testemunha disse que todas as vezes que a vítima era estuprada, mandava uma mensagem escrito “oi…”.
Conforme a PM, como os militares não tinham o depoimento da vítima e nem provas materiais do crime, não puderam ajudar neste primeiro momento. Porém, cerca de uma hora mais tarde, a vítima enviou o código a outra amiga, que também procurou a polícia.
Diante da possibilidade de comprovar o fato, os policiais foram junto com a amiga até as proximidades da casa da vítima, no Bairro Democrata, Zona Nordeste. No bairro, a amiga fez contato com a garota abusada, que encontrou com ela e os policiais. Segundo o Reds, ela estava aos prantos e confirmou os abusos. A menina contou também que era violentada sexualmente pelo pai desde os seis anos. Em seu relato, ela contou que o pai a tocava nas partes íntimas e a obrigava a fazer sexo oral.
A partir dos 11 anos, começaram as relações sexuais, sempre sem preservativo. Ela disse ter medo do homem, e que o último estupro havia ocorrido no quarto do pai, logo após ela sair do banho. A garota contou que ele já a esperava na cama, a segurou pelo braço e disse: “está na hora de fazer”, consumando o ato sexual em seguida.
Pai confessou o crime
Os policias seguiram até o imóvel em que ela vive com o pai. A ocorrência não esclarece se a mãe ou outros adultos residiam na casa. O homem primeiro negou os fatos, e teria dito que não era a primeira vez que a filha inventava aquilo. Porém, após ser informado que a menina seria levada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) para comprovar a conjunção carnal, ele confessou o crime. Conforme o documento policial, os militares que atendiam à ocorrência ficaram “estarrecidos” com a frieza e dissimulação do homem, que afirmou já ter pesquisado na internet que incesto não era crime, mas sim contravenção penal.
Ele disse que a menina nunca havia reclamado dos abusos, e que dava dinheiro a ela em troca dos favores sexuais. Os valores seriam, segundo ele, provenientes da pensão de uma filha mais nova, cuja quantia era administrada por ele, que está desempregado. Ela também afirmou que monitorava o celular da menina e que não usava camisinha, já que a filha fazia uso de anticoncepcional. Ele foi preso em flagrante e levado para a delegacia. Segundo a PM, o homem teve o flagrante confirmado e foi encaminhado ao Ceresp. A vítima foi levada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), acompanhada por uma conselheira tutelar.