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Estudantes protestam contra assédio na UFJF

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Alunas se reuniram para buscar conscientizar sobre o assédio e também pressionar para que a apuração de denúncias seja mais rápida (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Estudantes do Diretório Acadêmico Murílio de Avellar Hingel, do curso de Pedagogia, organizaram uma manifestação contra abusos sexuais e morais denunciados dentro da Faculdade de Educação (Faced) e ainda lembraram outros casos suspeitos ocorridos no Campus da UFJF. O protesto contou com a participação discente do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos Coletivos Marielle Franco, Maria Maria e Levante Popular da Juventude. O objetivo foi levantar a discussão sobre as formas de combater os abusos e os instrumentos de denúncia e acompanhamento. O protesto desta segunda-feira (20) se seguiu a outro ato silencioso ocorrido na última semana na Faced, quando cartazes denunciando a situação foram espalhados pela unidade. Com as ações, as estudantes chamam a atenção para dois casos suspeitos de assédio sexual e moral, que foram denunciados por alunas do setor e cujo processo de apuração ainda não foi finalizado.

“Quando uma mulher faz uma denúncia sobre assédio, outras mulheres que passaram pela mesma situação, com o mesmo professor, tomam coragem de denunciar. O intuito não é só dar visibilidade às queixas, mas mostrar a existência do assédio como um todo na universidade”, explicou a integrante do Maria Maria, Laiz Perrut. O trabalho de acolhimento dos coletivos, embora não seja especializado, ajuda as vítimas a encontrarem caminhos para assistência e resposta aos casos. “Agora que contamos com a ouvidoria, temos um caminho importante, porque lá é instaurado o processo, depois ele volta para a unidade e, quando finda, retorna para a Reitoria. A Delegacia da Mulher também pode e deve ser procurada, desde que seja a vontade da mulher. Mas a importância de passar pela ouvidoria é porque, como processo interno, prevê a sanção para o assediador”.

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Manifestantes se concentraram em frente ao prédio da Faced (Foto: Marcelo Ribeiro)

A manifestação gerou pressão. Outros relatos surgiram, não só dentro da Faced, mas também em outras unidades. “Infelizmente, esses casos não são isolados. Como o movimento corre em sigilo, não podíamos expor os envolvidos. Mas aproveitamos esse espaço para nos manifestar contra o assédio. Pretendemos unir as instituições, os movimentos estudantis, diretores e coordenadores, para que levem essa pauta para discussão nos conselhos superiores”, disse a presidente do DA da Educação, Talita Toschi. A intenção é que a questão seja levada para fora dos muros da universidade. “O assédio está aí, as mulheres estão sofrendo. Elas não sabem que podem se manifestar, e nós temos que levar essa informação, promover a justiça, porque há muito sofrimento envolvido”, reforça Maria Laura Barbosa. Ainda de acordo com Talita, a presença dos coletivos torna mais forte a ação. “Nossos corpos têm que estar juntos, tem que haver uma sororidade. Essa união dá muito mais força para as reivindicações. Depois que ficamos sabendo desse caso, vieram memórias na nossa cabeça, sofremos fora daqui. É uma empatia imensa, precisamos estar juntas.”

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Conhecimento público

O diretor da Faculdade de Educação, Álvaro Quelhas, explicou que houve uma conversa com as alunas diante da solicitação delas. “O tema é de conhecimento público pelo uso de cartazes, consideramos legítimo esse posicionamento, da mesma forma como somos contrários a qualquer tipo de assédio moral ou sexual. Na verdade, o tema não é novo para nós, temos grupos de pesquisa que atuam na área e já tiveram inúmeras oportunidades de discussão sobre isso academicamente. Agora vivemos o tema de maneira diferente. Observamos os trâmites adequados e temos lidado com a denúncia de maneira preliminar.” Ainda de acordo com ele, a expectativa é de que o processo seja finalizado com os devidos esclarecimentos e encaminhamentos dados pela Administração Superior.

A UFJF se pronunciou por meio de nota dizendo que, “no que tange ao trâmite legal, houve uma comissão de sindicância e um processo administrativo que seguiu o rito normal. A comissão já terminou os trabalhos e o processo se encontra na Procuradoria Federal”.

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