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Detento é achado morto em cela pendurado por corda

ARIOSVALDO Fernando Priamo
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Um detento de 28 anos foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (20) em uma cela da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, situada no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora. De acordo com o boletim de ocorrência, Wilson dos Santos Albertino Junior foi achado por policiais penais enforcado, após outros presos gritarem que “alguém havia pulado na corda”. A vítima já estava imóvel, e foi solicitado apoio armado para retirada dos outros quatro acautelados que estavam no mesmo cômodo. A equipe do núcleo de saúde da unidade foi mobilizada, e o Samu compareceu ao local para confirmar o óbito. A Perícia da Polícia Civil também esteve presente para realizar os levantamentos pertinentes. O corpo foi removido pela funerária e encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). O exame deverá apontar a causa da morte.

Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a direção da unidade prisional abriu um procedimento de investigação interna para apurar administrativamente o ocorrido. “Policiais penais encontraram o detento sem os sinais vitais dentro da cela que ocupava. Ele estava pendurado na ventana da cela por uma corda artesanal (‘tereza’) amarrada ao pescoço”, informou a Sejusp, por meio de nota. Conforme a pasta, Wilson havia dado entrada na unidade na última terça-feira. “A perícia da Polícia Civil foi acionada para os procedimentos cabíveis, e a instituição também é a responsável pelas investigações criminais”, destacou a secretaria.

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Matéria publicada pela Tribuna em 23 de maio mostrou que, até aquela data, a Sejusp havia contabilizado pelo menos outros sete óbitos de detentos da Ariosvaldo apenas neste ano. No dia 22 de maio, um homem, 35, faleceu após um período de 15 dias de internação hospitalar, devido a uma sepse pulmonar advinda de deficiência imunológica adquirida (HIV).

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Já em relação a outros seis casos, foram abertas investigações internas para apuração administrativa. Um deles aconteceu no dia 5 de maio, quando um acautelado, 25, faleceu após passar mal. Policiais penais foram acionados por colegas de cela, e a vítima imediatamente foi retirada, porém já sem os sinais vitais. Em 13 de abril, outro preso, 41, havia sido encontrado morto em uma cela, suspenso por uma corda no pescoço. O boletim de ocorrência caracterizou o episódio como “autoextermínio” e informou que no cômodo estavam outros 37 presidiários. As circunstâncias das demais mortes não foram detalhadas.

Tentativa de homicídio

Em meio às mortes, houve uma tentativa de homicídio a tiro, em 28 de abril, no interior da mesma unidade prisional. Na ocasião, um acautelado, 39, foi baleado na perna por outro preso, 28, autuado em flagrante. A Sejusp não informou como uma arma de fogo foi parar nas mãos de um detento, e as investigações criminais ficaram a cargo da Polícia Civil. A secretaria chegou a confirmar mudanças na diretoria após a tentativa de assassinato, mas alegou que as modificações fazem parte da gestão do Departamento Penitenciário (Depen-MG) e já estavam previstas.

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A Sejusp também não relacionou as ocorrências com a superlotação da Ariosvaldo, que, há mais de um ano, recebeu parte dos mais de 800 presos remanejados do Ceresp para a reforma da unidade. A previsão de “retomada gradativa” das atividades no Ceresp é para o final deste ano.

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