Uma ação da Polícia Militar contra o tráfico de drogas na Zona Sul de Juiz de Fora, ocorrida em três endereços entre a noite de sábado (18) e a manhã de domingo (19), culminou com a maior apreensão de crack feita pela corporação nos últimos anos. Foram quase dez quilos da droga que, se fracionada, poderia render 40 mil pedras da droga. A estimativa é que os traficantes ganhariam cerca de R$400 mil com a venda dos entorpecentes. Segundo a PM, um dos locais onde as drogas estavam, no Bairro Ipiranga, funcionava como um laboratório que abastecia diversos pontos de tráfico na cidade, principalmente nas Zona Sul. Além do crack, foram localizados produtos comumente usados para mistura e refino de tóxicos e mais de R$ 15 mil em dinheiro. Três pessoas foram presas.
De acordo com o registro policial, os militares chegaram aos três endereços alvos de mandados de busca e apreensão depois de denúncias feitas ao 181 apontarem que ocorria a venda de drogas em um deles, na Rua Aparecia Silva Mathias, no Bairro Ipiranga. Segundo as denúncias, na casa funcionaria um laboratório de refino de entorpecentes. A PM afirmou que movimentação da rua era vigiada por meio de uma câmera instalada em um abacateiro que fica no quintal da residência. A corporação destacou que este imóvel fica nos fundos de uma creche e uma igreja e a cerca de 100 metros da praça do bairro.
Além disso, segundo a denúncia, os suspeitos ainda usariam um pasto nos fundos da casa para esconder parte das drogas. Olheiros ficariam estrategicamente em toda a extensão da via, avisando aos integrantes do grupo que estavam na casa sobre a chegada da PM. Os denunciantes afirmaram que o tráfico começava por volta das 23h, horário que motos e veículos de aplicativos iriam ao local buscar os entorpecentes.
No endereço, a PM encontrou dois dos alvos das denúncias, dois homens de 31 anos. Um terceiro suspeito conseguiu fugir. Um dos presos de 31 anos confessou aos policiais que teria em um dos quartos cerca de 7 quilos de crack e R$10 mil em dinheiro. Os militares encontraram no local oito barras de crack e porções de cocaína em sacos plásticos, em cima de uma mesa, como se estivesse sendo preparada para a venda naquele momento, conforme a PM.
Os R$10 mil em dinheiro estavam em cima de uma cama, em caixas. Em outros dois quartos os policiais encontraram mais R$ 4.660 em dinheiro. O suspeito que confessou guardar drogas no imóvel disse aos militares que receberia R$ 100 por cada quilo de entorpecente guardado, e que ele seria o responsável por separar as drogas em porções e entregá-las aos transportadores. O outro homem disse que apenas era caseiro do local. Já o indivíduo que escapou seria quem escondia as drogas no pasto e terreiro.
Segundo a PM, o cão farejador Airon de Liudegard foi acionado e fez buscas no terreno na casa. O animal encontrou nove embalagens com resquício de crack e vários materiais usados para embalar as drogas. Um policial achou três embalagens de anestésicos comumente usados para refino de cocaína. O homem que fugiu dispensou uma bolsa, encontrada durante a varredura com uma pistola calibre 380 carregada dentro dela.
Buscas em outros endereços
Ainda durante a ação, os policiais estiveram na casa do homem que confessou participação no esquema criminosos, no Bairro Santa Luzia, e encontrou mais drogas no local, material para preparo de entorpecentes, dinheiro, dois coldres de pistola e uma munição calibre 380. Segundo o suspeito, ele não teria tido tempo de levar o material para a casa do Ipiranga.
Em outro endereço no Santa Luzia, conforme o documento policial, nada de ilícito foi encontrado. Mas no local estava um homem, 40, com mandado de prisão em aberto. Ele e os demais envolvidos foram detidos e levados à delegacia.