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Coletivos juiz-foranos protestam contra morte de mulheres

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Marina Cunha deixou três filhos entre 2 e 6 anos de idade (Foto: Arquivo de família)
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A morte da psicóloga Marina Gonçalves Cunha será lembrada em dois atos promovidos por coletivos de Juiz de Fora nesta sexta-feira (22). A intenção é cobrar que o empresário, 38, marido dela e assassino confesso, seja preso, além de chamar a atenção para a luta contra os casos de feminicídios. O Fórum 8M estará às 17h na Praça da Estação para marcar também os cem dias da morte da vereadora Marielle Franco. Uma hora depois, às 18h, o Maria Maria-Mulheres em Movimento e o Mulheres Medicina-UFJF estarão reunidos em frente ao Banco do Brasil, no Calçadão da Rua Halfeld.

No mesmo dia em que Marina completaria 36 anos, na terça-feira (19), estes dois últimos coletivos divulgaram nas redes sociais uma nota de repúdio à soltura do homem que confessou a morte da vítima por esganadura, durante uma briga do casal, segundo ele. O crime aconteceu no dia 21 de maio no apartamento em que moravam, no Bairro São Mateus, Zona Sul. “Por dias o assassino confesso fingiu com frieza e tranquilidade ter sido abandonado pela esposa, juntamente aos três filhos do casal, de 2 a 6 anos. A família de Marina, no entanto, desconfiou de seu desaparecimento, uma vez que não receberam qualquer notícia dela”, diz a nota.

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O corpo da vítima foi achado em decomposição, sem os cabelos e com o rosto em estado cadavérico, no dia 31 de maio, em um matagal próximo ao Parque da Lajinha, no Aeroporto, Cidade Alta. O reconhecimento foi feito pela família no último dia 7, mesma data em que o marido foi preso preventivamente, após confessar a morte, em depoimento à Polícia Civil. Ele conseguiu alvará de soltura, concedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), e deixou o Ceresp no dia 15. A defesa do empresário alega que “o fim trágico foi impulsionado por forte emoção e por desespero natural de quem jamais vivenciara inusitada situação similar”. Câmeras do edifício onde o casal morava flagraram o homem supostamente carregando o cadáver da mulher dentro de um carrinho de supermercado, coberto por sacolas.

“A família da vítima e toda a população juiz-forana espera por um julgamento justo, entretanto, não é o que vem acontecendo. Mais uma vez, vemos a verdade: as vidas das mulheres não importam, tampouco as vidas das crianças que perderam a mãe nesse ato brutal. Assim, hoje, quando a vítima estaria celebrando seu aniversário, lançamos essa nota para manifestar nosso total repúdio à soltura, pois uma pessoa que age de forma fria e cruel, contra a própria esposa e mãe de seus filhos, não pode ser considerada indefesa para a sociedade, respondendo em liberdade”, disparam os coletivos Maria Maria e Mulheres Medicina – UFJF. “Afirmamos, mais uma vez, que o crime cometido foi feminicídio, um ato brutal e covarde, e deve ser julgado enquanto tal.”

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Ato marca cem dias da morte de Marielle Franco

Formado por mais de 15 entidades, incluindo coletivos, grupos de mulheres sindicalistas, movimentos estudantis e ligados aos direitos humanos, o Fórum 8M fará uma vigília nesta sexta-feira (22), às 17h, na Praça da Estação. “Acenderemos velas para o que chamamos de ‘lista de sangue”, adianta uma das integrantes do movimento, Lucimara Reis. Segundo ela, as chamas vão representar as vítimas de feminicídios e de outros assassinatos, como de ativistas e militantes políticos, de pessoas LGBT, de mulheres (também fora do contexto da violência doméstica) e da juventude negra. “Infelizmente, uma extensa lista”, avalia.

Morte de Marielle, que ainda não foi solucionado, também será lembrado durante o ato

O ato marca os cem dias do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Ela foi executada com tiros na cabeça, na noite de 14 de março, quando estava dento de um carro no Centro da capital fluminense. A morte recente da psicóloga Marina Gonçalves Cunha também será destacada. “Faremos uma demonstração de solidariedade à família e cobraremos que o assassino confesso seja preso”, informa Lucimara.
Segundo ela, o objetivo ainda será criar uma rede de apoio às famílias e de denúncias dos casos não resolvidos, além de prevenir crimes do tipo na cidade.

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