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Especialista defende vacinação de crianças contra Covid e alerta: é melhor não pegar

Margareth Dalcolmo by reproducao internet
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Com a finalidade de esclarecer a população sobre a vacinação infantil contra a Covid-19, que começou nesta quinta-feira (20) em Juiz de Fora, a secretária de Saúde do Município, Ana Pimentel, realizou uma live por rede social com a médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Maria Pretti Dalcolmo. Durante a conversa, a especialista incentivou a imunização do público entre 5 e 11 anos, principalmente neste momento, diante da intensa transmissão comunitária da variante Ômicron. “Confiem, as vacinas são seguras e vão proteger as nossas crianças. E elas protegidas vão proteger os mais velhos.”

Para evitar a propagação do vírus em escala cada vez maior, a pesquisadora recomenda o uso de máscaras mais eficazes, como do tipo PFF2, “que ainda vão fazer parte da nossa indumentária por muito tempo”, e também a testagem, quando possível, inclusive das crianças.

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“Estamos em um momento que quero chamar atenção: há uma nova variante entre nós, a Ômicron, com muita capacidade de transmissão. As crianças também estão se contaminando muito, há cinco, seis casos na mesma família, porque temos uma cepa cuja capacidade de transmissão é muito grande e que não respeita vacinados. A diferença é que quase ninguém fica grave. Quem está internado é quem não está vacinado ou pessoas idosas, portadoras de condições que favorecem o agravamento da doença.”

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Margareth Dalcomo reforçou a sua preocupação: “Já ouvi muita gente falando: ‘É melhor deixar pegar a Ômicron.’ Melhor nada, não temos certeza que vai continuar tendo comportamento benigno. Por isso, é melhor não pegar, é um alerta que faço.”

A pesquisadora ponderou que a transmissibilidade da variante não é maior entre as crianças, mas lembrou que a maior parte delas ainda não está imunizada. “Então temos que correr para vaciná-las. Elas são vetores de muita transmissão. Sem dúvida, protegê-las vai fazer muita diferença.”

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A especialista enfatizou que, por enquanto, a única vacina aprovada para o público infantil pela Anvisa é a da Pfizer, feita com RNA mensageiro e idealizada para pediatria, com um terço da dose adulta. Já em outros países são usados também imunizantes de vírus inativado, como a Coronavac.

“Os estudos demoram porque têm que responder se as vacinas são seguras, sem efeito colateral grave, e se são eficazes. Sem dúvidas ficamos muito contentes de vacinar nossas crianças. O estudo original da Pfizer é espetacular, e o grau de eficácia nessa faixa etária, de 5 a 11 anos, foi superior à dos adolescentes.”

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Sobre os inúmeros questionamentos acerca da segurança da vacina, Margareth Dalcomo recordou que as crianças brasileiras recebem uma quantidade de imunizantes nos primeiros 5 anos de vida superior à de europeias e americanas.

“Muitas delas no primeiro ano de vida. Entendo o temor por algo novo em nossas vidas, às vezes é uma angústia fácil de resolver: Você está oferecendo ao seu filho uma real proteção. Tivemos um número constrangedor de letalidade no grupo infantil, além de doentes. Quando morre uma criança são anos de vida perdidos. Tenho chamado sempre a atenção daqueles que falam coisas negacionistas. Estamos entrando no terceiro ano da pandemia, e muitas pessoas perderam parentes. Quero deixar claro que as vacinas vão proteger as crianças.”

A especialista avaliou que o ideal seria que a faixa etária de 5 a 11 anos estivesse vacinada com as duas doses até o início do período letivo em fevereiro, o que não será possível devido ao calendário nacional ter sido montado com intervalo de oito semanas entre as aplicações e por causa da falta de vacinas no país. Porém, ela destacou que uma dose já vai amenizar os riscos.

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“A Covid-19 é uma doença causadora de processo inflamatório generalizado no corpo todo. Muitas vezes mata por um processo chamado endotelite, camada mais íntima da nossa microcirculação, capaz de causar trombose, embolia. Também pode causa miocardite (…) A vacina é segura e todos devem ser vacinados com duas doses.”

Por fim, Margareth pontuou que os pequenos são um belo exemplo. “É inadmissível que uma criança morra de uma doença prevenível. Peço aos pais que confiem. Sempre estaremos no nosso compromisso de dizer, mas só temos coisas boas a dizer sobre a vacina para as crianças”, garantiu.

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