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Polícia prende suspeito de levar adolescente ao suicídio e estuprar menina

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Foto: Leonardo Costa
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Um homem de 46 anos foi preso por suspeita de induzir um adolescente de 17 anos ao suicídio e ainda estuprar de forma contínua a irmã dele, 12, além de manter toda a família em cárcere privado desde 2015, incluindo a companheira e mãe das vítimas, 48, com quem manteria um relacionamento há cerca de quatro anos. As investigações da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher apontaram que o suspeito agia de forma perversa e macabra, principalmente com os enteados. Vídeos recuperados pela perícia no celular dele revelam o adolescente, antes da morte, sendo obrigado a fazer cenas promíscuas, ficando apenas de calcinha e em posições constrangedoras, dando ênfase à sua parte genital. Os órgãos sexuais também são focados em outra gravação perturbadora, com o jovem já morto e costurado após a necropsia.

Por meio de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, o suspeito foi capturado na segunda-feira na casa onde morava com a família no Bairro Nova Era, Zona Norte, e apresentado à imprensa nesta terça (19). Apesar de todo o horror, segundo a Polícia Civil, mãe e filha continuariam defendendo o companheiro e padrasto, como se tivessem passado por uma espécie de lavagem cerebral. Há suspeita de que todos eram dopados com remédios, sendo que o adolescente morto já teria sido internado para tratamento de desintoxicação de drogas. Um irmão mais velho, 18, conseguiu deixar a casa assim que completou a maioridade. Ele prestou depoimento e disse à polícia que o padrasto dormia com a irmã todas noites.

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De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ione Barbosa, os dois se conheceram após a mulher ficar viúva de um oficial do Exército e ir fazer aula de dança de salão, tendo o suspeito como professor. Os crimes vieram à tona no dia 6 de junho, por meio de denúncias anônimas via 180, da Central de Atendimento à Mulher. Segundo a delegada, o adolescente teria pulado do terceiro andar do imóvel onde morava com a família quatro dias antes. A ligação levantava a suspeita em torno das circunstâncias da morte, que ainda estão sendo investigadas, além do suposto abuso sexual e do cárcere privado.

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A Polícia Civil iniciou as diligências e intimou o suspeito. Ele negou todas as acusações e alegou apenas proteger a família. “Fizemos exame de corpo de delito para detectar o abuso na menina. Ela já não era virgem há um tempo, e gravou um vídeo posteriormente ao exame dizendo que quem a teria estuprado eram os irmãos”, contou a delegada, acrescentando que o suspeito teria coagido a menina a fazer a declaração. O próprio investigado levou seu celular no dia do depoimento e mostrou uma gravação do adolescente morto fazendo declarações sobre seus hábitos e preferências sexuais, como se fosse uma justificativa para o suicídio. “Parece que ele (suspeito) gravou todos esses vídeos preventivamente. Apreendemos o telefone e submetemos à perícia, conseguindo as outras filmagens.”

‘Ele tinha controle absoluto sobre as vítimas’

De acordo com a delegada Ione Barbosa, as vítimas seriam agredidas física e psicologicamente pelo padrasto e companheiro. “Ele tinha controle absoluto sobre elas.” Apesar de toda a experiência profissional, a policial ficou chocada com o caso. “Ele gravou o adolescente em situações vexatórias. Ele aparecia de calcinha, dançando, enquanto o investigado filmava. Chegou a gravar inclusive o menino morto, depois da necropsia, dando ênfase ao órgão genital dele. Em outros vídeos, o rapaz aparece totalmente dopado falando em promiscuidade. Diante disso, vimos a personalidade do homem, agressiva e conturbada, e requeremos a prisão dele. O Ministério Público deu parecer favorável, e o juiz decretou a temporária. Ele solto era uma ameaça às testemunhas e à integridade física da família.”

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Durante a captura do suspeito, os policiais também fizeram busca e apreensão no imóvel, recolhendo vários medicamentos, alguns deles supostamente usados para “controlar” as vítimas. “Encontramos uma boa quantidade de remédios. Pelos autos, parece que ele dopava a mulher, a filha dela, assim como todos da família. Vamos continuar investigando e ouvindo mais pessoas, inclusive colegas do adolescente.” A expectativa é de que o inquérito seja concluído nos próximos 45 dias.

O suspeito está no Ceresp à disposição da Justiça. Segundo a delegada, por enquanto, ele deve responder por induzimento ao suicídio, com pena agravada pelo fato de a vítima ser adolescente, variando de 4 a 12 anos de reclusão, estupro de vulnerável, de 8 a 15 anos de prisão, e cárcere privado, com pena de dois a 5 anos. A prisão temporária é válida por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30, mas Ione também vai solicitar a conversão em preventiva. Ela ressaltou que o caso pode ir à júri popular porque o crime de indução ao suicídio, previsto no artigo 122 do Código Penal, é crime contra a vida. “Após a inserção dele, a família se desintegrou totalmente.”

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