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Agência bancária tem vidros quebrados após incêndio em São Mateus

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Atualizada às 19h56
Na manhã desta terça-feira, funcionários fizeram a limpeza do local. (Foto: Leonardo Costa)
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Uma agência da Caixa Econômica Federal teve os vidros quebrados após incêndio em um amontoado de lixo na área externa do banco, localizado na Rua Padre Café, Bairro São Mateus, Zona Sul de Juiz de Fora. O episódio foi registrado por volta de 21h desta segunda-feira (18). De acordo com informações da Polícia Militar, o fogo teria iniciado após moradores em situação de rua acenderem uma fogueira. O vidros teriam ficado superaquecidos e estouraram. O ocorrido, no entanto, não alterou o funcionamento da agência.

Ainda de acordo com informações da PM, foram danificados vidros laterais e outros equipamentos não especificados. Porém, em nota, a Caixa esclareceu que “não houve danos aos equipamentos e a agência funciona normalmente”. Segundo o registro policial, os bombeiros gastaram cerca de 200 litros de água para debelar as chamas. O Corpo de Bombeiros confirmou as informações e ressaltou que foi acionado por um segurança da agência. O episódio será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil.

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Durante a tarde, a reportagem esteve no endereço e constatou a presença de moradores em situação de rua que dormiam no canteiro próximo à agência. Segundo relatos de moradores do entorno, eles permanecem em grupos de dez a 12 pessoas durante o dia todo, junto de colchões, papelões e bolsas. Por volta das 16h, porém, havia apenas duas mulheres dormindo no local. Em volta delas estavam um carrinho de supermercado com sacolas, colchões, garrafas de óleo, panelas, dentre outros objetos.
Apesar dos relatos, a reportagem não localizou nenhuma testemunha que tivesse presenciado quem colocou o fogo, nem mesmo o momento em que os vidros quebraram. A situação tem incomodado algumas pessoas que observam o consumo de álcool e drogas, além de práticas de sexo. “Eu moro aqui há alguns anos. É comum essa cena entre eles, mas, aprendi a lidar”, diz uma aposentada que preferiu não se identificar.

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Há dez anos vendendo água de coco há alguns metros da agência, Antônio César de Souza convive bem no espaço. “Tem dias que eles estão mais agitados, outros mais calmos. Ninguém sabe o que os fez estar nas ruas. A gente tem que respeitar”, pontua o comerciante, acrescentando que alguns clientes reclamam da presença deles, mas afirma que o incômodo não chega a atrapalhar as vendas. Ainda conforme Antônio, constantemente o grupo faz fogueiras para esquentar o almoço e o jantar que recolhem de restaurantes. “Eles pegam muita coisa nas ruas e, por isso, fazem sujeira na praça. Eu chego de manhã e sempre limpo aqui, muitas vezes com a ajuda deles”, disse.

Outra moradora contou que convive com a população de rua desde que chegou ao bairro. “Uma única vez me senti ameaçada. Um deles colocou a mão na minha bolsa, depois de me pedir dinheiro para comprar cigarro. Eu disse que não tinha e fui embora. A Prefeitura deveria fazer alguma coisa”, questionou a professora aposentada Edma Guimarães que reside no prédio de esquina da Rua Padre Café com a Avenida Itamar Franco há 17 anos.

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A Prefeitura informou que diversas ações já foram realizadas em conjunto no local entre a Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria de Atividades Urbanas, Demlurb, Guarda Municipal e Polícia Militar. O objetivo é convidar os moradores em situação de rua a participarem de programações ofertadas a eles. Ainda conforme a nota, em agosto desse ano, três moradores nesta situação aceitaram ir para a rede assistencial, sendo um casal encaminhado para a Casa da Cidadania e um rapaz para o Centro POP. “As abordagens acontecem regularmente, porém os moradores não aceitam ir para os equipamentos disponibilizados. Ainda que a Prefeitura não possa conduzir coercitivamente essas pessoas para os equipamentos, o trabalho de orientação continua sendo realizado”, diz a nota.

 

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