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Moradores fecham rua contra instalação de bota-fora no Grama

Moradores fizeram barricada com latões, pneus e latarias de veículos
Moradores fizeram barricada com latões, pneus e latarias de veículos
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Atualizada às 20h56

No segundo dia após a instalação do novo bota-fora da cidade no Bairro Grama, região Nordeste, moradores fecharam nesta quarta-feira (19) a Rua das Flores, exigindo que o descarte deixe de ser realizado no local. Para chamar a atenção, a comunidade realizou uma barricada com pneus, latões e latarias de veículos no meio da via e impediu a passagem dos caminhões-caçamba.

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A população alega que o tráfego diário de 300 a 500 veículos pesados já teria causado danos em casas e veículos e que não há condições de receber o novo fluxo. O protesto, com a participação de cerca de 60 pessoas, teve início por volta das 14h e foi acompanhado pela Polícia Militar. “Todos os moradores estão insatisfeitos com esta situação, já que essa decisão foi tomada sem pensar no bem-estar da comunidade. Nossa rua é muito estreita e não tem infraestrutura para receber esses caminhões. Além disso, é uma rua sem saída, o que dobra o número de vezes em que os veículos têm que passar por aqui”, explica a presidente da Associação de Moradores do Grama, Fabiana Lopes.

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A aposentada Edna Maria de Lima, 53 anos, garante que as residências já apresentaram novas rachaduras desde o início das atividades. “Perdemos a tranquilidade, nem podemos mais deixar as crianças à vontade. Outra preocupação é com o período de chuvas, sempre um transtorno para nós, com alagamentos e buracos. Nossa rede de água é antiga, as bocas de lobo estão sempre entupidas e o asfalto está precário. Com esse trânsito, a tendência é piorar.” O carro do porteiro Marco Antônio Santos, 45, foi danificado, segundo ele, por um dos caminhões, enquanto transitava na via. “Quebraram um vidro lateral e arranharam meu carro.”

[Relaciondas_post]Ainda de acordo com a presidente da associação, a Prefeitura apresentou propostas de melhorias para a rua, que foram rejeitadas como solução do problema pela comunidade. “Não queremos o que já é obrigação da Prefeitura. Era necessário ter pensado nisso antes, para não nos deixar prejudicados”, disse. Entre as iniciativas oferecidas, está a implementação de dois quebra-molas, a colocação de placas informando a velocidade máxima permitida (30km/h), a melhoria no asfalto, a fixação do horário de funcionamento do bota-fora das 7h às 17h (de segunda a sexta), a constante manutenção da rua com limpeza duas vezes ao dia, entre outras. Tudo isso, segundo o documento apresentado pela associação, seria feito em um prazo de dez dias. Outra alternativa apresentada é a abertura de um novo acesso ao bota-fora pelo Bairro Parque Independência.

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O protesto seguiu até 17h e, segundo a comunidade, uma nova manifestação será feita nesta quinta, caso os caminhões voltem a circular na rua. “Amanhã (quinta) irei encaminhar um pedido de interdição do local na Promotoria de Meio Ambiente sob a justificativa de que ainda não há alvará de licenciamento ambiental”, disse Fabiana.

Por meio de assessoria, a Prefeitura informou que foi procurada pelos moradores e discutiu ações que poderiam ser realizadas na região em função do aumento do fluxo de veículos. Sobre a situação do bota-fora, a PJF reiterou que a negociação está sendo feita entre o proprietário do terreno e os caçambeiros. O diretor-executivo do aterro, Rodrigo Alvim, disse que está havendo diálogo com a população em busca de uma solução. Ele também explicou que o espaço irá funcionar normalmente nesta quinta e, caso haja um novo protesto, a PM será acionada.

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