A população, principalmente aqueles que são doentes crônicos, passa a contar, agora, com uma nova ferramenta gratuita que visa a auxiliar na prevenção e no tratamento médico. Nesta terça-feira (19), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Secretaria de Saúde, lançou o primeiro aplicativo para celular voltado para os cuidados com a saúde, o Cuco, fruto da parceria entre a PJF, o Comunitas, a BrasilLAB e o Cuco Health. A ideia é aperfeiçoar a assistência aos pacientes do SUS, melhorando a adesão ao tratamento médico. Uma das funcionalidades do Cuco é avisar o usuário sobre o horário correto para tomar a medicação, uma vez que o esquecimento é um dos fatores de falha e de abandono do tratamento de doenças como hipertensão e diabetes. Com o aplicativo, a cidade se torna a primeira do país a possuir uma nova fonte para monitoramento de dados em saúde.
Nesta primeira fase, o Cuco será utilizado em dez Unidades Básicas de Saúde (UBS): Alto Grajaú, Jóquei Clube II, Borboleta, Cruzeiro do Sul, Bairro Industrial, Nova Era, Santa Cecília, Bandeirantes, Vila Olavo Costa e Furtado de Menezes. A escolha destas UBS, segundo a secretária de saúde, Elizabeth Jucá, deu-se pelo fato de apresentarem melhor rede lógica, já que os dados serão coletados por meio do endereço de cada usuário. “Neste primeiro momento vamos testar a ferramenta nestas unidades. Essa parceria nos dará acesso a informações locais, que vão nos ajudar a criar políticas específicas para cada área, como, por exemplo, se naquela unidade é necessário acentuar, ou não, ações de conscientização sobre a ingestão do medicamento.” A expectativa da Secretaria de Saúde é expandir os serviço para todas as 63 unidades entre o final deste ano e o início de 2018.
Outra função do Cuco é a prevenção, para que o paciente crônico não se torne um paciente de urgência e tenha seu quadro de saúde agravado por não ter tomado a medicação. “Se isto ocorre, ele, então, vai parar nas unidades de urgência, onde o custo é mais caro e o paciente já chega mais debilitado. Nosso objetivo é a saúde, não a doença. Por meio deste aplicativo os profissionais de saúde irão trabalhar mais perto desse paciente”, explicou Elizabeth Jucá. Em 60 dias, novas funcionalidades serão incluídas no aplicativo, como dados de pressão arterial e peso.
Para o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), o Cuco se porta como mais uma ferramenta de melhorias para a população, somando aos outros aplicativos já disponíveis, que auxiliam na coleta de lixo, na limpeza urbana e no serviço de transporte público.
É mais uma parceria firmada com a iniciativa privada para que possamos fazer com que a tecnologia e a inovação possa auxiliar no combate às doenças crônicas. Esperamos ter economia, principalmente na rede de urgência e emergência, pois quando há investimento na atenção primária, evita-se doenças crônicas no cidadão.
Bruno Siqueira, prefeito de Juiz de Fora
‘Polifarmácia’
O Cuco é um aplicativo desenvolvido pela Cuco Health e possui mais de 60 mil downloads. Deste montante, 20% foram feitos fora do país, como nos Estados Unidos e Alemanha. O desenvolvedor de produto da Cuco, Gustavo Comitre, defende que a tecnologia pode resolver grandes gargalos da saúde. “Não tem como oferecer um enfermeiro ou um cuidador 24 horas por dia ao lado desse paciente, mas o aplicativo permite que os profissionais façam o monitoramento em tempo real dele. Com esses dados, fica mais fácil avaliar quando fazer uma intervenção em pacientes que realmente precisam. Isto faz com que o foco seja na prevenção, identificando perfis de risco e agindo antes de algum agravamento.” O desenvolvedor destaca que o Cuco é indicado para pacientes considerados “polifarmácia”, ou seja, que tomam mais de três medicamentos por dia. Após o lançamento, a Secretaria de Saúde realizou, pela manhã, uma ação no Calçadão da Rua Halfeld uma ação para divulgar o aplicativo para a população.
Como funciona?
O Cuco está disponível para Android e iOS e pode ser baixado gratuitamente pelo Google Play e pela App Store. Após o download para o smartphone, o usuário deve se cadastrar usando e-mail, Facebook ou número de celular. É necessário incluir dados básicos, como nome, sexo, idade, CPF, condições de saúde e medicação a ser tomada, dose, horário e frequência semanal. Com tudo preenchido, o Cuco emite um sinal sonoro – semelhante ao passarinho cuco dos relógios antigos – no horário em que o paciente informou, evitando esquecimentos. O usuário também pode cadastrar cuidadores, como familiares, para reforçarem o lembrete. Quinze minutos após o horário, o paciente recebe outra notificação. Em meia hora de atraso, o lembrete é feito a um desses cuidadores informados.