A lista de finalistas da primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, que contempla produções científicas em 29 categorias, foi anunciada na última quinta-feira (18). Entre os nomes listados estão o de professores de universidades federais da Zona da Mata mineira. A cerimônia de premiação das obras vencedoras acontecerá no dia 6 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
O professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) André Fernando de Oliveira foi selecionado para o prêmio com o livro “Química de Soluções: Avaliação de Equilíbrios Químicos em Solução Aquosa”. A obra, publicada há um ano pela Editora UFV, está concorrendo com outras quatro finalistas no eixo Ciência e Cultura, na categoria Química e Materiais.
Química de Soluções é o segundo livro do professor André Fernando. Em seus 15 capítulos e 637 páginas, apresenta um dos mais abrangentes conjuntos de conteúdos já publicados sobre o assunto. A obra oferece à comunidade de pesquisadores e docentes abordagens inovadoras – como o Método XXI, vastamente testado e eficiente na aplicação em problemas reais. É referência para químicos em geral e com recursos diversos para profissionais de áreas, como bioquímica, físico-química, química ambiental, engenharia química e aplicações nas formações agrárias, tanto em graduação quanto em pós-graduação.
A publicação também reflete os mais de 30 anos de experiência do docente do Departamento de Química da UFV. Sobre a premiação, ele destacou que é “uma sensação deliciosa ter um trabalho árduo sendo reconhecido” e “que a revisão técnica da professora Astréa Silva e a revisão linguística do Nelson Coeli foram fundamentais”.
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) também é representada no prêmio com a participação das professoras da Faculdade de Comunicação Christina Ferraz Musse e Cláudia Albuquerque Thomé, no livro “Pandemia e (des)informação: mídia, imaginário e memória”, organizado por Álvaro Nunes Laranjeira, Heloisa Juncklaus Preis Moraes, Juremir Machado da Silva, Mario Abel Bressan Júnior, Moisés de Lemos Martins e Philippe Joron.
A obra, publicada pela editora Sulina em 2023, conta com um artigo de cada professora, sendo “Faça a coisa certa: estratégias e retóricas do Jornalismo nos combates contra o negacionismo e fake news“, da Christina com participação das pesquisadoras Mariana Musse (professor ESPM/RJ) e Denise Tavares (professora da UFF), e “Informação certificada e subjetivação: estratégias narrativas audiovisuais no combate às notícias falsas na pandemia“, escrito por Cláudia Thomé, Thereza Medeiros (professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Marco Aurélio Reis (professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFJF) e Luciana Soares de Morais (mestranda em Comunicação pela UFJF).
“Eu fiquei muito emocionada por esse livro ter entrado entre os semifinalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico, e depois estar entre os finalistas. Ele é, pra mim, resultado do que é muito importante: o trabalho de uma rede de pesquisa, a rede JIM: Jornalismo, Imaginário e Memória, hoje coordenada pelo professor Juremir Machado da Silva, também coordenador do programa de pós graduação da PUC de Porto Alegre. Ele resultou de artigos escritos, muitas vezes, a 4,6, 8 mãos, reunindo tanto alunos de diversos programas de pós-graduação, como também professores de diversos programas de pós-graduação e instituições de ensino de comunicação”, afirma Christina Musse.
Outros alunos e ex-alunos da UFJF colaboraram com outros artigos na mesma publicação, como os textos “Consumo literário: o passado e a memória para reconstituição do presente”, com participação das doutorandas da UFJF Susana Azevedo Reis e Vanessa Coutinho Martins; “O resgate dos cinemas drive-in na pandemia de Covid-19, de João Gabriel Marques (doutorando em Comunicação pelo PPGCOM da UFJF) e Gabriele Oliveira Teodoro (doutoranda em Comunicação pela UFJF); “Quando a sindemia Covid-19 se transformar em relato: a voz das mulheres jornalistas”, de Ramsés Albertoni Barbosa (mestre em Comunicação pelo PPGCOM da UFJF) e Ana Paula Dessupoio (Professora adjunta da Faculdade de Comunicação da UFJF); “O pesquisador como influenciador: uma análise sobre a presença de Atila Iamarino na mídia”, com Carla Baldutti Rodrigues (mestranda em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF); “Mas eis que chega a pandemia e carrega a história pra lá… imaginários e memória teleafetiva na construção atípica de Amor de Mãe”, com Aurora Almeida de Miranda Leão (doutoranda em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF); e “Fake news dá enredo, mas não dá samba: as estratégias das escolas de samba pela informação certificada na pandemia”, dos doutorandos em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF Rafael Otávio Dias Rezende e Ana Carolina Campos de Oliveira, e da mestranda em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF Samara Miranda da Silva.
O professor Igor Delgado de Melo, que compõe o corpo docente do Departamento de Energia Elétrica na Faculdade de Engenharia da UFJF, também é finalista da primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico com a obra “Fluxo de Potência: Teoria e Implementação de Códigos Computacionais no eixo Ciência e Cultura”, na categoria Engenharias.
Nomes de destaque no país compõem a lista
Entre os finalistas, também estão nomes que são referência na literatura acadêmica brasileira, como o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos, que concorre na categoria Ciências Agrárias e Ciências Ambientais, o jornalista Eugênio Bucci, na categoria Comunicação e Informação, as filósofas Sueli Carneiro e Marilena Chaui e o crítico literário Silviano Santiago, em Letras, Linguística e Estudos Literários.
“No total foram 1.953 obras inscritas, o que demonstra toda a força da primeira edição do prêmio. Agradeço ao corpo de jurados pela dedicação e trabalho impecável em avaliar todos os trabalhos que chegaram para avaliação. Todos os finalistas estão de parabéns e merecem nosso reconhecimento”, afirma Marcelo Knobel, curador do Prêmio Jabuti Acadêmico.