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Sesc Pousada suspende as atividades a partir de domingo

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O Sesc Pousada de Juiz de Fora, localizado no Bairro Nova Califórnia, na Cidade Alta, irá suspender as atividades a partir de domingo (21). Além do serviço de hospedagem, o local oferece atividades gratuitas nas áreas de esporte, cultura e lazer. Esta será a terceira unidade do Serviço Social do Comércio (Sesc) a ser fechada na Zona da Mata nos últimos três meses. Em abril, o serviço foi encerrado em Santos Dumont e, nos próximos dias, a unidade de Muriaé também deverá fechar as portas. Informações de bastidores dão conta de que outras cidades mineiras devem perder o serviço, também por tempo indeterminado, como Almenara, Bom Despacho, Januária e Teófilo Otoni.

Com 56 anos de história, o Sesc Pousada foi criado com a proposta de oferecer oportunidade de recreação aos trabalhadores do comércio e seus dependentes. Em Juiz de Fora, o setor se configura na principal atividade econômica, somando mais de sete mil estabelecimentos e 36 mil funcionários. Além do atendimento a este público prioritário, há atividades realizadas no espaço que são abertas a toda população. A unidade está situada em um terreno de mais de quatro mil metros quadrados e dispõe de ampla infraestrutura de lazer com piscinas, quadras poliesportivas, teatro, cinema, salão de jogos, campos de futebol, salões de eventos, churrasqueiras e parquinho infantil. O serviço de hospedagem tem capacidade para até 184 hóspedes.

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Sistema S

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O Sesc integra o chamado Sistema S, composto por instituições que oferecem formação profissional, assistência técnica e atividades culturais. Apesar de não ser um sistema público, sendo administrado pelas entidades patronais de cada setor, o governo faz o repasse das verbas arrecadadas. O dinheiro é fruto de contribuições obrigatórias cobradas das empresas sobre a folha de pagamento, com alíquotas que podem chegar a 2,5%. A arrecadação é direcionada a nove instituições que atuam nas áreas de indústria, comércio, agronegócio, transportes, cooperativismo e empreendedorismo.

O enxugamento das unidades do Sesc em Minas ocorre num momento em que pairam as incertezas sobre o futuro do Sistema S. A equipe econômica do Governo federal já afirmou que estuda a possibilidade de corte de até 50% das verbas repassadas a estas entidades, embora não tenha detalhado como será realizada esta política de redução orçamentária.

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Unidade do Bairro Nova Califórnia fechará as portas por tempo indeterminado sob alegação de crise econômica. (Foto: Fernando Priamo)

Fechamento irá acarretar em 28 demissões

Procurada pela Tribuna, a assessoria do Sesc em Minas Gerais afirmou que foi a crise econômica a responsável pelo fechamento da unidade juiz-forana. “Diante do cenário econômico atual do país, realizamos um estudo nas unidades de Juiz de Fora e identificamos a necessidade da suspensão das atividades de hospedagem no município. Com essa mudança, as atividades de lazer que eram realizadas no local serão transferidas para a unidade da Avenida Barão do Rio Branco, no Centro, que continuará oferecendo cursos de capacitação e diversas atividades gratuitas nas áreas de esporte, cultura e educação.”

A assessoria informou, ainda, que do total de 33 funcionários que trabalham no Sesc Pousada, apenas cinco serão transferidos para a unidade do Centro, o que irá acarretar no fechamento de 28 postos de trabalho na cidade. A sede do Sesc na Avenida Rio Branco recebe fluxo diário de 500 pessoas, mesmo tendo uma infraestrutura de lazer menor, se comparada com a do Bairro Nova Califórnia. A média de atendimentos na unidade campestre não foi divulgada.

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Sobre os impactos econômicos e sociais do fechamento do Sesc Pousada para a Zona da Mata, a assessoria declarou que “o Sesc Juiz de Fora continua sendo referência e que está de portas abertas a todos os clientes da região. Seguimos trabalhando para garantir a missão do Sesc de ser um agente de transformação social, com foco no bem-estar do trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo de Juiz de Fora e de todo o estado.”

Em abril, quando a Tribuna noticiou o encerramento das atividades do Sesc em Santos Dumont, a assessoria explicou que a decisão havia sido tomada diante da “baixa procura pela população e da possibilidade de ser prestado um serviço mais completo e com infraestrutura de excelência em Juiz de Fora”.

Sindicatos esperam reverter decisão

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio (SEC-JF), Silas Batista, ficou inconformado com a informação de que o Sesc Pousada irá suspender as atividades. “A informação que nos foi dada é que ocorreria um fechamento provisório para reformas. Em nenhum momento foi dito que acabariam com o serviço de pousada e iriam transferir as atividades para a sede do Centro. No final de julho, teremos uma reunião do Conselho Estadual, do qual eu faço parte, e irei questionar esta situação.”

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Silas destaca que o Sesc Pousada é “autossustentável” e, por isso, não entende a decisão. “Vou cobrar estas informações. Quem toma estas decisões sobre o sistema em Minas é a Federação do Comércio (Fecomércio), que está com o presidente afastado. Irei questionar a situação, pois não podemos perder o Sesc Pousada.”

Apesar de também não ter sido notificado oficialmente sobre a suspensão das atividades do Sesc Pousada, o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) lamentou a decisão, a qual teve conhecimento de modo “informal”. “A cidade de Juiz de Fora está perdendo o quarto maior Sesc de Minas Gerais. Vejo isto com muita tristeza”, disse o presidente Emerson Beloti. “A unidade tem uma grande importância social, que abrange não só os trabalhadores do comércio, mas toda a população.”

Destacando em números a demanda juiz-forana pelo serviço, Beloti acredita que a sede do Sesc no Centro não irá comportar os atendimentos. “Somos um município com 600 mil habitantes, referência para outras cidades da região. Temos um comércio com sete mil empresas, onde atuam 36 mil trabalhadores. Juiz de Fora merece ter uma unidade da grandeza que é o Sesc Pousada, e o serviço merece estar neste município. O fechamento, com certeza, é um grande equívoco. Ainda torço para que esta decisão possa ser revertida, e o sindicato irá fazer o possível para que isso aconteça.”

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