Morreu, na manhã desta quinta-feira (18), Edgar Soares, aos 80 anos, vítima de insuficiência coronária e pulmonar. O militar deixa quatro filhos e leva consigo o pioneirismo de ter sido o fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da Polícia Militar. O coronel da PMMG foi uma das figuras centrais de um dos episódios mais marcantes de Juiz de Fora, que ficou conhecido como o “sequestro da Rua das Margaridas”. O caso foi relembrado pela Tribuna, há dois meses, no YouTube e no Instagram, no projeto #TBTdaTribuna.
Natural de Belo Horizonte, local em que morreu e que também será sepultado, foi na região metropolitana da capital do estado que teve início um dos momentos mais marcantes da vida do coronel. Era o ano de 1990, quando cinco fugitivos da rebelião da penitenciária de Contagem, sequestraram quatro militares, dentre eles Edgar.
Os detentos saíram da cidade em direção ao Rio de Janeiro, em um trajeto marcado pela perseguição policial formada por um comboio de viaturas. Neste momento, a repercussão do caso tomava nível nacional e os criminosos chegaram em Juiz de Fora.
A cidade foi palco de uma longa negociação entre a Polícia Militar e os bandidos, que estavam em um carro forte. Em plena Avenida Barão do Rio Branco, três militares que entraram no veículo foram libertados – mas um deles, o tenente Maurício Sávio Rodrigues, havia sido morto com um tiro na cabeça durante o trajeto, enquanto o quarto militar foi mantido como refém a fim de garantir a fuga.
O policial que continuou subjugado pelos criminosos foi Edgar Soares.
Edgar foi levado até o Bairro Aeroporto, onde os suspeitos invadiram uma residência, na Rua das Margaridas. Lá, eles renderam uma família e os mantiveram presos por 12 dias. A condução do caso pela PMMG à época dos fatos foi fortemente criticada pela Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do oficial e o qualificou como “dedicado e envolvido com as causas da família militar”.