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Via São Pedro: projeto inicial de ligação à BR-040 fica no papel

Via São Pedro: sem ligação à BR-040, obras no trecho diferem das previstas
(Foto: Felipe Couri)
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A ligação entre a BR-040 e a BR-267, pela BR-440 – com uma parte na Via São Pedro -, segue sem previsão para ser finalizada. A intenção inicial da obra, licitada originalmente em 1990 – com base em  plano viário de 1979, na gestão do então prefeito Mello Reis -, era ligar a BR-040 à MG-353. Após um longo processo, o objetivo do Acesso Central a Juiz de Fora ou “via semi-expressa” se tornou desafogar o tráfego no Centro da cidade, desviando  parte do fluxo das avenidas Rio Branco e Itamar Franco.

A informação foi reportada em matéria publicada na Tribuna em 9 de janeiro de 2000, redigida pela repórter Cristiana Viana. Ainda segundo a reportagem, o projeto inicial tinha estimativa de nove quilômetros de extensão e custo total de R$ 25 milhões, à época. Com o crescimento populacional em Juiz de Fora, o projeto precisou passar por alterações nos anos seguintes. A Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que, atualmente, não há discussões sobre abertura e ligação da via São Pedro com a BR-040.

As obras em execução atualmente, que tiveram início simultâneo nas rotatórias do Jardim Casablanca e do Bosque do Imperador, não contemplam a parte entre SpinaVille e BR-040 – apesar de o edital do processo de concessão deixar claro que a municipalização contempla o trecho. À época do início do trabalho, em abril de 2024, a prefeita Margarida Salomão (PT) já havia antecipado seus planos.

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“Essa outra etapa eu nem discuti ainda. Só vou discuti-la quando começarmos aqui. Ela é objeto de muitas controvérsias e é importante saber o que pensa o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em relação à BR-040.” No mesmo momento, o Dnit havia respondido à Tribuna que não estava responsável pelo intervalo em questão.

Apesar do impasse, a Prefeitura encaminhou ofício ao Dnit no fim de 2023, que culminou em firmar convênio que transfere a responsabilidade por operação, manutenção, conservação e restauração da via ao Município nos próximos 30 anos. O objetivo é promover mobilidade urbana sustentável, com “equilíbrio entre satisfação humana e proteção ambiental” e “foco principal na acessibilidade, priorizando o efetivo uso dos transportes coletivos e não motorizados, a partir da inserção de um novo modal cicloviário no eixo viário”.

Dentre os motivos apontados, à época, para tomar a atitude e contratar uma empresa de engenharia para as obras, o Executivo municipal enfatizou que a implementação da BR-440, agravada pela paralisação das obras, impactou profundamente na dinâmica de uso e ocupação do solo da Cidade Alta. Além disso, acrescentou que, ao longo dos últimos anos, com o crescente desenvolvimento das áreas próximas à rodovia, o grau de improvisação das soluções viárias não atende mais a dinâmica de ocupação do território, gerando uma série de inconformidades no âmbito da mobilidade urbana.

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(Foto: Felipe Couri)

Novos planos para a Via São Pedro

A Administração municipal também informou que o convênio firmado com o Dnit quanto à BR-440 visava à sua incorporação à estrutura viária da cidade. Desde 2024, o objetivo é realizar obras de requalificação da Via São Pedro. Após a municipalização do trecho, a primeira fase foi a normalização do trânsito com o fim da mão inglesa, a readequação das calçadas e a instalação de travessias seguras e acessíveis para pedestres.

O intuito foi melhorar a mobilidade para os veículos e a acessibilidade para os pedestres, por meio da implantação de travessias seguras e acessíveis. O projeto de mobilidade e reurbanização foi tocado pela empresa Montreal Construções Ltda – ganhadora do processo de licitação. O investimento divulgado foi de R$ 2.366.210,59.

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Agora, os trabalhos são voltados para transformar a área em um espaço de lazer e esportes para a população. Segundo a PJF, atualmente, mais de 50% da intervenção já foi concluída. A entrega das melhorias está prevista para abril. “O projeto contempla diversas estruturas que garantirão funcionalidade e qualidade de vida aos moradores para toda a população”, destaca a Administração.

Com o projeto de reorganização viária, uma grande área sobre a canalização do córrego São Pedro não foi utilizada. Isso possibilitou o projeto de um parque linear urbano, com previsão de equipamentos de lazer para a comunidade: pista de skate; mini pista de pump track; pista de caminhada; parque infantil; mesa de jogos de dama; mesas de piquenique; área com sombra para alimentação/food trucks; duas quadras de beach tênis; estação de calistenia; academia ao ar livre; bancos de concreto moldado in loco; paisagismo com floreiras; e cinco passarelas para a travessia do córrego do São Pedro, ligando as duas pistas da ciclovia. A previsão é de entrega à comunidade é, também, o próximo mês. 

*Sob supervisão da editora Fabíola Costa

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