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Instituto Metodista se manifesta após tombamento de Centro Esportivo

granbery, juiz de fora

Evento gratuito será no espaço do Complexo Esportivo do Colégio Metodista Granbery (Foto: Felipe Couri)

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Três dias depois de ter sido aprovado o tombamento do Centro de Educação Física e Esporte (Cefe) do Colégio Granbery, o Instituto Metodista se manifestou, na noite de quinta-feira (18), por meio de nota à Tribuna, e afirma ainda não ter sido notificado formalmente sobre a decisão do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac). A confirmação – por nove votos a favor e quatro contra – aconteceu durante reunião extraordinária remota na tarde da última segunda-feira (15) e ainda depende de sanção da prefeita Margarida Salomão (PT). Entretanto, se ela não se manifestar no prazo de 15 dias úteis, o tombamento deverá ser promulgado tacitamente.

O Instituto Metodista diz discordar de qualquer decisão do Comppac em relação ao tombamento das áreas esportivas do colégio. “Reforçamos que um espaço construído e mantido por uma instituição privada está sendo tratado como um bem público.” O relator do processo, Ignacio Delgado, que também é secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação de Competitividade (Sedic) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), deu parecer favorável ao tombamento e vislumbrou a possibilidade de o Centro Esportivo se tornar um bem comum. Dessa forma, ele sugeriu, no relatório, a criação de condições para o acesso da população juiz-forana ao espaço, com normas e procedimentos a serem acordados com seus proprietários ou por meio de outros instrumentos à disposição do Poder Público.

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O Instituto Metodista acrescenta ter sempre acolhido os anseios da comunidade e incentivado a cultura esportiva da cidade, mas pondera que “o tombamento do espaço implica na não realização do leilão e, consequentemente, no não pagamento de mais de 10 mil pessoas, além de prejudicar a reestruturação do colégio e da universidade”. O pregão judicial da área com cerca de 13 mil metros quadrados do Cefe, que inclui o campo de futebol, piscina e parte do bosque, com lance mínimo de R$ 40 milhões, faz parte do processo de recuperação judicial da Rede Metodista de Educação, que corre no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). A dívida da Metodista é da ordem de 1,2 bilhão, sendo sua maioria de natureza trabalhista. “Reiteramos que essa foi uma decisão política e fere a decisão judicial que preserva o direito dos credores. Além disso, a decisão do Comppac implica também na operação do Colégio Granbery, que serve a população de Juiz de Fora desde 1928”, finaliza a nota.

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Desde 2016

O processo de tombamento do Centro Esportivo tramitava desde 2016, mas a notícia do leilão repercutiu em meio à comunidade granberyense e juiz-forana, resultando em um abaixo-assinado com mais de 5.600 assinaturas a favor da preservação do local como patrimônio. A área fica no quarteirão entre as ruas Batista de Oliveira, Sampaio, Doutor Tarboux e Barão de Santa Helena. A proposta da SOIP Incorporações e Vendas, empresa juiz-forana proponente preferencial no leilão, era a de construir um conjunto imobiliário “comercial e sustentável”, com ambientes abertos e inclusivos de uso público, como praças e parques. No entanto, a legislação prevê que não podem ser feitas modificações significativas em um bem tombado. Representantes do estilo arquitetônico de ecletismo rebuscado, os edifícios Granbery, Tarboux e Lander, situados na Rua Batista de Oliveira, são tombados desde 4 de abril de 2002 pelo decreto 7.324, formando o Conjunto Paisagístico do Instituto Granbery.

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