Setenta e nove suspeitos de envolvimento em homicídios e tentativas de assassinato foram presos, e 18 adolescentes, acautelados mediante trabalhos de investigação da Polícia Civil de Juiz de Fora nos últimos oito meses. As quase cem detenções relacionadas aos crimes violentos contra a vida foram divulgadas nesta sexta-feira (18) pelo delegado regional, Luciano Vidal, que deixa o cargo assumido em abril deste ano. No balanço de seu trabalho na cidade, o policial destacou que o tráfico de drogas continua sendo o “pano de fundo” para a maioria desses casos, motivados sobretudo por desavenças, e lembrou que a Delegacia Especializada Antidrogas apreendeu 400kg de entorpecentes nesse mesmo período. Além das centenas de quilos de maconha, cocaína e crack, a equipe retirou de circulação drogas sintéticas, recolhendo 1.100 pontos de LSD e 50 comprimidos de ecstasy. As ações resultaram na prisão de 56 pessoas.

“Fizemos grandes apreensões de drogas e de traficantes. Recentemente foram incinerados 600kg de entorpecentes. O índice de apuração da Homicídios foi muito bom, com um elevado número de prisões”, avaliou Vidal. Já a Delegacia Especializada de Repressão a Roubos deteve 74 suspeitos de envolvimento em ocorrências contra o patrimônio. “Houve aumento de pequenos delitos, mas as organizações que poderiam impactar nos grandes roubos estão sendo desarticuladas.”

Desde abril, a Polícia Civil instaurou 3.469 inquéritos e concluiu, enviando à Justiça, 3.480. O número de procedimentos finalizados é maior porque alguns dos trabalhos foram iniciados anteriormente ao período analisado. “Entre os concluídos estão crimes com indiciamentos, com pedidos de prisão e de arquivamento provisório, fatos devidamente apurados e remetidos à Justiça.” Para o delegado regional, também chama a atenção os 6.097 termos circunstanciados de ocorrência (TCO) lavrados nestes oito meses, mostrando o considerável montante de documentos relacionados a crimes de menor potencial ofensivo, encaminhados ao Juizado Especial Criminal.

Os policiais civis ainda fizeram 303 procedimentos de atos infracionais cometidos por adolescentes. Vidal observou que as 1.705 medidas protetivas a mulheres vítimas de violência doméstica demonstram que elas estão denunciando mais os agressores. “Estão criando mais coragem e procurando a polícia.” O delegado destacou que as 629 necropsias feitas no Instituto Médico Legal (IML) não são apenas relacionadas a mortes violentas, mas também a acidentes e verificações de óbito. O setor ainda fez 3.054 autos de corpo de delito, e mais de dez mil perícias foram realizadas pela equipe de criminalística.

“Percebemos uma atuação consistente da Polícia Civil, principalmente naqueles crimes que causam maior repercussão. São números expressivos, que refletem uma qualificação da investigação, com resultado positivo na captura dessas pessoas que trouxeram desassossego para a sociedade juiz-forana.”

O delegado lembrou dos trabalhos relacionados ao trânsito, com a realização de 33.880 exames de habilitação, emissão de 57.758 documentos e a instauração de 816 processos de infração envolvendo CNH. A corporação ainda emitiu mais de 42 mil carteiras de identidade. “O setor de serviços é de extrema relevância para a população”, enfatizou Vidal.

Mãos de ferro
A operação “Mãos de ferro”, desencadeada pela Polícia Civil neste mês de dezembro para garantir a segurança do Centro e de áreas estratégicas no fim de ano, quando aumenta a circulação de pessoas e valores, também foi destacada pelo delegado. “Pela primeira vez foi apreendida na região uma máquina que clonava cartões de crédito, e desarticulamos essa organização criminosa. Também foi preso um suspeito de integrar quadrilha especializada em roubos de cargas de cigarro”, disse o delegado, elencando alguns destaques.

“Temos a vertente da ocupação e de trabalho preventivo, além das ações de repressão qualificada, com prisões em virtude de investigações”, completou. Na manhã desta sexta, mais uma prisão foi efetuada por policiais civis no Centro, mas os detalhes não foram divulgados.

 

 

Eurico Cunha assume Delegacia Regional

O delegado Eurico da Cunha Neto foi nomeado pela chefia da Polícia Civil de Minas como o novo titular da 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora. Com 19 anos de carreira, ele estava à frente do Núcleo Corregedor na cidade e também já comandou as 1ª e 2ª delegacias, responsáveis pela Zona Sul e Cidade Alta. A apresentação oficial acontece na próxima segunda-feira, na Região Integrada de Segurança Pública (Risp), no Nova Era, Zona Norte.

Já Luciano Vidal, assume a coordenação da Superintendência de Investigações e Polícia Judiciária da Polícia Civil de Minas. “Recebi um convite da chefe da Polícia Civil (Andréa Cláudia Vacchiano) para assumir essa função estratégica. Vou coordenar todos os 23 departamentos do estado, cinco especializados na capital e 18 territoriais.” Mesmo deixando Juiz de Fora, ele afirmou que vai continuar atuando para a melhoria da estrutura da corporação no município, buscando verbas para obras físicas e pessoal para suprir a demanda de policiais. “Já conhecedor da realidade de Juiz de Fora e da qualidade dos policiais que aqui estão, vou ajudar a incrementar ainda mais a investigação, com recursos tecnológicos e também operacionais.”