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JF terá ponto de acolhimento para mulheres lésbicas, bissexuais e trans

casa da mulher jessica pereira

Casa da Mulher irá fornecer relatório para comprovar situação de quem pleitear benefício (Foto: Jéssica Pereira)

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Mulheres lésbicas, bissexuais e trans (LBTs) terão um ponto de acolhimento que funcionará dentro da Casa da Mulher, na Avenida Garibaldi Campinhos 169, no Bairro Vitorino Braga. A ideia, segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), é de que elas procurem o espaço para receber encaminhamento para atendimentos na área de saúde.

O Ponto de Acolhimento da Saúde para Mulheres LBT vai funcionar das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e terá uma profissional capacitada para realizar a primeira etapa do acolhimento, recebendo orientações e encaminhamentos a partir de diálogo constante com a Secretaria de Saúde. A inauguração está prevista para terça-feira (23), às 11h, no auditório da Casa da Mulher.

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A iniciativa da PJF, anunciada nesta quinta-feira (18), é considerada fundamental para garantir os direitos de mulheres lésbicas, bissexuais e trans, seja com relação a questões psicológicas ou em qualquer outra área da saúde. O atendimento ambulatorial não ocorrerá no mesmo espaço, no entanto, os encaminhamentos para outros serviços serão feitos a partir desse contato com o ponto de acolhimento.

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‘Tratamento e prevenção com segurança’

Para a integrante do movimento 8M/JF, Lucimara Reis, o espaço representa um avanço, em um momento de muitos retrocessos. “A gente do movimento feminista tem um olhar de esperança em relação a essas proposições. Acolhimento na área de saúde da mulher LBT é uma ação que constata o fato de que existe uma desigualdade no cuidado. As mulheres LBT realizam menos exames preventivos e, por conta disso, acabam sendo mais expostas a problemas de saúde não tratados. O que, por sua vez, onera o próprio sistema de saúde.”
Por esse motivo, para Lucimara, reconhecer esses corpos que são dissonantes da heteronormatividade, inclusive, pode otimizar os atendimentos da área de saúde. “Esses atendimentos não acontecem da forma correta por conta da homofobia, da lesbofobia, da bifobia e da transfobia, que se expressa exatamente na não inclusão e no não reconhecimento dessa população.”

Ela reforça que constatar essa demanda em um equipamento oficial contribui para que tanto na formação, quanto na ponta do atendimento, haja uma compreensão de inclusão. “Compreender a orientação sexual permite a afirmação da identidade, e eu acho que isso fundamental para a abertura de um campo de conhecimento dentro da área de saúde, e também contribui para a tranquilidade para que as pessoas LBT possam ir aos consultórios e fazer seu tratamento e sua prevenção com segurança. Ter um ponto de acolhimento na cidade indica que ela quer ser mais inclusiva.”

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Da mesma forma, para Lucimara, é simbólico que o espaço de acolhimento esteja sediado na Casa da Mulher. “Às vezes necessitamos, até por conta do processo de exclusão, nos auto-organizarmos para ter espaços mais específicos, mas acho que seja simbólico estar dentro de toda uma gama de atendimento à mulher o reconhecimento de que ali são mulheres lésbicas, são mulheres trans e mulheres bissexuais e que precisam ser atendidas como todas as mulheres, mas dentro das suas especificidades”.

Campanha ‘Nossas vidas importam’

A inauguração do ponto de acolhimento está inserida na campanha “Nossas vidas importam – 21 dias de ativismo pelo fim das violações de Direitos Humanos das mulheres”, que articula todas as secretarias da Prefeitura, a partir da Secretaria Especial de Direitos Humanos. As ações terão início no sábado (21), com o objetivo de sensibilizar toda a população a respeito da violência contra as mulheres.
A campanha global é realizada em cerca de 150 países. No Brasil, é iniciado no Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, e encerrada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro. A PJF conta com diversas programações durante esses 21 dias, como intervenção artística, palestras, rodas de conversas e outras mobilizações

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