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Doutores do Amor fazem caminhada em prol da saúde do homem em JF

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Banda do Exército também participou da concentração no Parque Halfeld (Foto: Carime Elmor)
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Organizada pelo grupo Doutores do Amor, que visita semanalmente leitos de hospitais juiz-foranos, uma “Caminhada de Conscientização Contra o Câncer de Próstata” começou às 10h da manhã deste sábado (18), no Parque Halfeld. Os membros do projeto estavam de jalecos, perucas, bandanas, maquiagens e acessórios azuis, além disso, distribuíam à população que parava para observar e participar, um broche com um bigode e uma fitinha azul.

Cerca de 28 Doutores do Amor marcaram presença nessa primeira caminhada do Novembro Azul. Além disso, uma banda do Exército foi chamada para fazer a concentração em frente à Câmara Municipal, levando a cidade a ouvir e se aproximar da mensagem que estava sendo transmitida.

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Apesar de ser uma causa dos homens, a maior parte presente era mulheres, inclusive quem estava à frente do evento foi Gilmara Delmonte, conhecida como “Miloca”, presidente do Doutores do Amor. “Depois de terminar minha última caminhada do Outubro Rosa, feita no dia 29, em Três Rios, me indaguei por que não era feita a caminhada azul. Temos que fazer algo pelos meninos também. Muda o mês, muda a cor, mas não muda a causa. É mês de conscientização”, afirmou Miloca. Segundo ela, o grupo está nas ruas de domingo a domingo, visitando, em média, 16 instituições de saúde e cerca de cinco mil leitos ao mês.

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É preciso desconstruir preconceitos

Apesar da maioria de mulheres, existiam sim homens, de gerações diferentes, tomando à frente da caminhada. Felipe Bichara é estudante de engenharia e participa a dois anos e meio do projeto. “O homem costuma procurar menos o tratamento e a informação. Há um descuido do homem sobre a própria vida. A conscientização na rua, mesmo em tempos de internet e jornais eletrônicos, é importante para conseguirmos alcançar um público masculino mais idoso, que não tem tanto acesso à internet.”

Por volta das 10h30, a caminhada desceu o Calçadão da Halfeld, com balões azuis, faixas, e gritando “Novembro Azul, Doutores do Amor”, “Vem para a caminhada!”. Depois, subiram a Marechal Deodoro e retornaram ao ponto de concentração. Gabriel Botega, engenheiro e também membro do grupo, acredita que mesmo com todas as lutas das mulheres para romper o machismo, ainda há uma resistência muito forte por parte dos homens de desconstruírem preconceitos.

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“O exame eu vejo que é um tabu, as pessoas ainda zombam disso. O homem ainda tem o pensamento machista de dizer que é inviolável. Mas a questão é ser saudável ou não, sobre conseguir viver mais. Eu acho que tem que haver essa conscientização e quanto mais gente e mais homem estiver envolvido, o pessoal vai notar que se está todo mundo fazendo, então é um ato normal. Isso é um detalhe mínimo diante de todas as quebras que estão acontecendo hoje”.

Rafael Santanna, funcionário público, estava passando pelo local quando viu o movimento, resolveu participar e trazer seu filho, ainda bebê, para que desde cedo tenha contato com esse discurso. Já Manoel Missias, professor, estava acompanhando sua esposa que faz parte do Doutores do Amor. “Ainda existe um preconceito muito grande em relação ao exame, que é preciso ser feito todo ano, e principalmente em relação ao tratamento do câncer de próstata. Esse evento é uma forma de alertar, inclusive eu ainda não fiz e vou ter que fazer. Isso é um problema muito sério e não podemos vacilar”.

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Geração mais nova tem mais consciência

Carlos Henrique, coordenador de vendas, é o personagem “Maridão” do Doutores do Amor, um dos membros antigos do projeto. Seu avô teve câncer de próstata e, por isso, desde cedo, rompeu as barreiras do preconceito e começou a se cuidar. “As pessoas mais idosas tinham um bloqueio quanto a isso, por causa do exame. Mas hoje em dia, a juventude tem uma consciência maior em relação à doença. Eu converso sempre com amigos e clientes sobre isso, não é apenas o toque que deve ser feito, você pode fazer um PSA (antígeno prostático específico) e um controle por esses resultados. O homem tem um bloqueio. As mulheres fazem exames ginecológicos e é uma tranquilidade, porque desde pequenas elas foram preparadas para isso. Os homens também precisam naturalizar, essa geração mais nova já está vindo com outra cabeça, ela sabe a importância e sabe que o câncer mata”.

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