Uma funcionária de 45 anos ficou em estado de choque após ser agredida e permanecer cerca de uma hora em poder de um ladrão durante roubo ao Educandário Carlos Chagas, na madrugada desta terça-feira (18), na Zona Norte de Juiz de Fora. A instituição filantrópica acolhe pessoas com deficiência, sobretudo mental, em situação de abandono. Um assistido, 43, teria tentado intervir e acabou sendo golpeado no rosto com uma tesoura. Ele sofreu um corte leve e não precisou ser hospitalizado. Várias portas foram arrombadas, e materiais, revirados, inclusive documentos. O bandido fugiu levando três celulares, um aparelho de telefone fixo e um relógio.
A mulher precisou ser socorrida até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. “Ela está em casa, muito assustada e com atestado médico de uma semana”, contou na manhã desta terça o superintendente do educandário, Mário Albino Martins. “Ela ficou rendida durante uma hora e foi muito agredida, até pisoteada. Está aterrorizada. O marido dela me explicou hoje o ocorrido e disse que o ladrão a fez desligar o alarme do prédio. Por isso, não disparou”, completou, acrescentando que a vítima trabalha como atendente e cuidadora.
Segundo o superintendente, a suspeita é de que o criminoso tenha entrado no local após arrombar a porta dos fundos, de acesso ao pátio interno. “Ele já tinha arrancado a tubulação toda de cobre da central de gás, perdemos o gás todo. Arrebentou o depósito de ferramentas e quebrou a roçadeira para levá-la dentro de um saco, mas largou isso tudo para trás.”
Mário acredita que o assaltante estava sob efeito de substância entorpecente, devido à violência empregada no arrombamento de várias portas. Como o trabalho não pode parar na instituição, as estruturas já estavam sendo trocadas nesta terça. “As portas de muitas salas foram quebradas, documentos jogados no chão, não sei o que estavam procurando. Levaram, por exemplo, quatro tesouras e dois celulares usados, mas deixaram uma TV.” Ainda conforme o responsável, a polícia chegou logo depois, fez rastreamento pelo Bairro Carlos Chagas, mas não encontrou suspeitos.
Assaltante rendeu a vítima com tesoura nas mãos
De acordo com informações do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, quando os militares chegaram ao educandário, a funcionária relatou que estava de plantão e havia se deparado com um desconhecido no interior da instituição, portando uma tesoura nas mãos. Em seguida, ela foi agarrada e agredida com chutes nas costas, enquanto o ladrão roubava seu celular e o relógio de pulso.
Em seguida, o criminoso começou a arrombar as salas, incluindo a secretaria, a diretoria e a assistência social. Outros dois telefones móveis e um fixo levados estariam neste último cômodo. Logo depois, o ladrão agrediu o homem acolhido, lesionando o lado direito do rosto dele. A fuga aconteceu pelos fundos do prédio.
Diante do estado nervoso e de choque da mulher, a PM conduziu a mesma para atendimento médico, e ela permaneceu em observação até receber alta no mesmo dia. A Perícia da Polícia Civil também realizou os levantamentos no local. O caso seguiu para investigação na 3ª Delegacia.
Desde 1932
“O Educandário Carlos Chagas é a segunda instituição filantrópica mais antiga da região e existe desde 1932. Estou aqui há 22 anos e nunca aconteceu roubo dessa natureza, apenas alguns furtos, mas não com ameaça”, concluiu o superintendente Mário Martins, enquanto ainda contabilizava prejuízos.
Atualmente a entidade atende a cerca de 30 deficientes. Doações são bem-vindas, e os interessados podem entrar em contato pelo telefone 2101-7500.