Uma viatura da Polícia Militar foi incendiada na porta da 269ª Companhia, na madrugada desta quinta-feira (18), no Bairro Milho Branco, na Zona Norte de Juiz de Fora. As chamas assustaram policiais que estavam no interior da sede, na Rua Ivan Batista de Oliveira, e também moradores, que presenciaram as chamas em via pública. Três homens, de 19, 25 e 26 anos, e um adolescente, 16, acabaram detidos por envolvimento no crime. Antes de conseguirem capturar os suspeitos, militares ainda foram recebidos a pedradas na Rua Um e precisaram disparar tiros de borracha e lançar bombas de efeito moral. Apesar da ousadia da ação criminosa, a PM considera o fato isolado.
A suspeita é de que o grupo agiu em retaliação à apreensão de um veículo no dia anterior. Por volta das 18h de quarta-feira, um Monza seguia pela Avenida JK com quatro ocupantes, quando a PM interceptou o carro na altura do Bairro Nova Era. O condutor era o suspeito de 26 anos, que não possuía CNH e estava com a documentação do veículo atrasada. Menos de dez horas depois, por volta das 2h30, o mesmo homem e seus comparsas teriam ateado fogo na viatura.
Populares que não quiseram se identificar, temendo represálias, contaram aos policiais que viram três bandidos agindo. O primeiro ficou do lado oposto da rua, escondido atrás de um caminhão que estava estacionado. Os outros dois se dirigiram até a viatura da PM e espalharam um líquido embaixo do veículo, incendiando em seguida. O trio teria fugido correndo pela Rua Nicolau Shuery, que fica ao lado da Cia. As chamas ainda danificaram o portão de ferro que fica na lateral da sede, o hidrômetro e trincou vidros da janela da cozinha, além de queimar parte da fachada do prédio.
“Três policiais estavam no interior da companhia, e a viatura estacionada na porta, em área aberta. Fizeram arremesso de um artefato incendiário, que consumiu bem rápido a viatura. Ninguém ficou ferido. Na mesma hora desencadeamos operação e, em menos de 30 minutos, os autores foram localizados. Eles resistiram à prisão, mas a resistência foi quebrada com uso moderado da força”, disse o subcomandante do 27º Batalhão da PM, major Floriano Guimarães. Os presos foram levados para o plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha. De acordo com o oficial, os três adultos foram autuados por dano qualificado e serão encaminhados ao Ceresp. Um deles também deverá responder por desacato. O adolescente será apresentado à Vara da Infância e Juventude.
Ordem pública
Segundo o major Floriano, todos os homens já tinham diversas passagens pela polícia por crimes como homicídio, tráfico de drogas, furto e ameaça. Ainda conforme ele, os envolvidos não assumiram a prática dos crimes. “Mas os indícios e os fatos anteriores indicam que foram eles, tanto que o delegado ratificou o flagrante por dano qualificado por meio incendiário.” Para ele, o caso foi atípico, apesar de registros anteriores de enfrentamento à PM, principalmente com arremesso de pedras em bairros como Vila Esperança, na Zona Norte. “Foi um fato isolado provocado por indivíduos que já têm várias passagens. Cumprimos nosso papel de efetuar a prisão deles e vamos continuar trabalhando para a manutenção da ordem pública no local. A situação foi resolvida e não vemos desdobramentos”, analisou.
Ele também acredita que outras ações de afronta à PM em localidades distintas não indicam uma tendência. “São situações e contextos diferentes. Todas as ações foram pontuais, motivadas por indivíduos que estão em atrito com a lei. A polícia está preparada para dar resposta em todos os níveis, dentro da proporcionalidade, de maneira a garantir a ordem pública”, reiterou.
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