Cerca de 40 motoentregadores se reuniram, no fim da tarde desta quinta-feira (18), em frente ao prédio do policial aposentado acusado de injúria racial. A categoria protestou contra o caso denunciado por um motoboy que alega ter sido ter sido chamado de “preto fedido” e “vagabundo de merda” durante uma entrega no Bairro São Mateus, Zona Sul de Juiz de Fora, na noite desta quarta.
Segundo o membro da união dos motoboys e organizador do protoste, Mateus Emanuel, a intenção foi marcar posição contra o ato de racismo ocorrido. “Um policial reformado, que já é reincidente, vem tendo problemas com todos os moradores. Acabou tendo esse desacerto com um entregador, injúria racial, xingou ele de diversas formas, tentou agredir ele também fisicamente. A gente veio aqui para protestar porque isso não é aceitável. O camarada é trabalhador, pai de família. Ele (o acusado) fez isso e deixou explícito que não gosta de motoboy, não gosta de gente preta. Ele deixou bem explícito”, disse à Tribuna.
Segundo a organização, além dos motoboys, a militância da UJC também apoiou o ato.
Associação cobra investigação
Mais cedo, a Aassociação de Motoboys de Juiz de Fora também emitiu uma nota cobrando investigação rápida acerca do episódio de injúria racial.
“A Associação dos Motoboys de JF expressa indignação e cobra investigação rápida acerca dos lamentáveis episódios de racismo narrados pela vítima e pelos vizinhos do agressor, que comprovaram sua conduta criminosa e se dispuseram a prestar testemunho. É inconcebível que o cidadão, policial militar reformado, se considere acima de outras pessoas e acima da lei por conta da cor de sua pele. É intolerável e essa conduta não pode ter lugar na nossa sociedade. A Associação presta solidariedade e apoio ao parceiro agredido, tendo atuado desde o primeiro momento e disponibilizado toda a assistência necessária. Apoia ainda qualquer manifestação justa que acontecer em decorrência da insatisfação da categoria com os crimes relatados, e empreenderá esforços para que casos como esse não mais se repitam”, diz o texto.