Ícone do site Tribuna de Minas

Motoboy acusa policial aposentado de injúria racial

PUBLICIDADE

Um motoboy denunciou um policial aposentado que teria cometido injúria racial contra ele, durante uma entrega feita no Bairro São Mateus, Zona Sul, na noite de quarta-feira (17). De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual a Tribuna teve acesso, os insultos teriam começado após o entregador supostamente tocar por engano o interfone do apartamento do policial, fazendo com que ele descesse até a portaria e iniciado as agressões verbais. De acordo com a ocorrência, o motoboy afirmou ter sido chamado de “preto fedido” e “vagabundo de merda”, e relatou que o morador do prédio agia como se estivesse prestes a sacar uma arma.

Outros moradores do local desceram até a entrada dos blocos para entender a situação. No boletim de ocorrência, é registrado que a síndica e outro indivíduo escutaram o morador proferir ofensas ao motoboy, mas que não foram escutadas as injúrias raciais. Os moradores também relataram à Polícia Militar (PM) terem sido xingados pelo aposentado, que teria inclusive acusado a síndica de envolvimento com tráfico de drogas. Ela, por sua vez, afirmou que o apresentado já teria tido outros comportamentos agressivos.

PUBLICIDADE

Aos militares, o acusado afirmou que não teria proferido injúrias raciais, mas que teria dito ofensas e palavras de baixo calão, que foram respondidas. Ele também acusou o motoboy de ir frequentemente ao condomínio fazer “entregas para os meliantes do local”. Diante da situação, o policial aposentado foi encaminhado à delegacia.

PUBLICIDADE

Associação cobra investigação

A associação de Motoboys de Juiz de Fora emitiu uma nota cobrando investigação rápida acerca do episódio de injúria racial.

“A Associação dos Motoboys de JF expressa indignação e cobra investigação rápida acerca dos lamentáveis episódios de racismo narrados pela vítima e pelos vizinhos do agressor, que comprovaram sua conduta criminosa e se dispuseram a prestar testemunho. É inconcebível que o cidadão, policial militar reformado, se considere acima de outras pessoas e acima da lei por conta da cor de sua pele. É intolerável e essa conduta não pode ter lugar na nossa sociedade. A Associação presta solidariedade e apoio ao parceiro agredido, tendo atuado desde o primeiro momento e disponibilizado toda a assistência necessária. Apoia ainda qualquer manifestação justa que acontecer em decorrência da insatisfação da categoria com os crimes relatados, e empreenderá esforços para que casos como esse não mais se repitam”, diz o texto.

PUBLICIDADE

 

Sair da versão mobile