Morreu, nesta terça-feira (18), o ex-vereador Júlio César da Matta Camargo, próximo de completar 80 anos. Nascido no Bairro Grama, local onde seus pais residiam, ele não imaginava, mas contaria com apoio da população de todas as partes da cidade. A crença no potencial de Júlio Camargo partia de seus conhecidos, familiares e ex-alunos. Sementes que cultivou com maestria ao longo de toda sua trajetória de vida. O sepultamento será nesta quarta-feira (19), no Cemitério Parque da Saudade.
Com o slogan “Livre como você”, ele ergueu sua carreira política, disputando pelo MDB. Além de uma figura pública, que atuou em dois mandatos na Câmara Municipal de Juiz de Fora, entre os anos de 1977 e 1988, Júlio, anteriormente, havia lecionado, fruto da sua formação em geografia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e em planejamento urbano e ambiental pela Universidade de São Paulo (USP).
Pioneiro nas causas ambientais, ele juntou parte de seus dois mundos: a geografia e a política. Foi fundador do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) e também o seu primeiro presidente. Deixou seu registro por locais muito conhecidos da cidade, em conformidade com o que defendia. Atuou na conservação do Parque da Lajinha, a vertente norte do Morro do Cristo, o Poço Dantas e a Mata do Krambeck.
No projeto Memória, desenvolvido pela Câmara Municipal, Júlio revelou de onde veio a vontade de ser professor e, posteriormente, político. “Eu via que a meninada queria aprender alguma coisa a respeito daquele setor, setor hoje que todo mundo fala, mas poucos fazem. Só falam ‘cadê o lixo? Joga fora!’, mas fora onde se o planeta é um só? é onde nós estamos morando”, lembrou.
Amante da natureza e admirador de sua família, essas eram suas dedicações antes de vir a falecer. Júlio deixa sua esposa, Niúcia Camargo, dois filhos (uma ele havia perdido), sete netos e quatro bisnetos.