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Ônibus da Tusmil circulam com identificação provisória nas ruas de JF

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Nos últimos dias, ônibus com uma padronização diferente das usadas nos últimos anos no sistema de transporte coletivo urbano de Juiz de Fora foram vistos prestando o serviço aos passageiros. A equipe da Tribuna flagrou um desses veículos circulando na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) na tarde desta segunda-feira (18). O automóvel estava identificado como sendo do Consórcio Manchester, hoje formado exclusivamente pela empresa Transporte Urbano São Miguel Ltda. (Tusmil).
Em nota, a concessionária afirmou que “está realizando a renovação gradual e rotineira de sua frota, como sempre fez ao longo de sua atuação no setor de transporte coletivo em Juiz de Fora”. “Assim, para colocar imediatamente em circulação os ônibus recentemente adquiridos, visando melhorar o atendimento aos usuários, esses novos ônibus iniciarão a operação fora do padrão de pintura do sistema, conforme já devidamente informado à PJF”, diz o consórcio.
Também por meio de nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana reforçou que “os dez ônibus adquiridos recentemente pelo Consórcio Manchester estão circulando com caracterização provisória”. A concessionária, por sua vez, pontuou que “a padronização da pintura será feita gradualmente, conforme já aconteceu no passado, no início da mudança para a pintura atual, sem que isso gere qualquer prejuízo aos usuários do sistema de transporte”.

Ônibus com pintura provisória circulou pela UFJF nesta segunda-feira (Foto: Fernando Priamo)

Ônibus usados

Apesar de adquiridos recentemente, os ônibus que circulam com a identificação provisória não são, necessariamente, novos. Um destes veículos flagrados pela equipe da Tribuna tinha sua carroceria identificada como do ano de 2012. Segundo o contrato, tal veículo só poderá operar no sistema de transporte coletivo urbano até o fim deste ano, quando completará dez anos de vida útil.
“Não se trata de ônibus novos”, reforça o Consórcio. Em nota, a prestadora do serviço pontua que o setor de transporte coletivo urbano vive uma grave crise e que veículos novos “apresentam valor incompatível com a tarifa vigente e, além disso, há dificuldade para serem encontrados para pronta entrega pela grave crise de escassez de peças e insumos que o setor automotivo também está passando”.
Para embasar o argumento, o Consórcio Manchester afirma que o sistema de transporte público de Juiz de Fora vive um “um grave desequilíbrio econômico-financeiro”. Para a concessionária, os problemas são causados pelo congelamento tarifário e pelos efeitos da pandemia da Covid-19. A empresa também aponta a “a ausência de equilíbrio entre os dois Consórcios existentes”, como outro fator de dificuldade. Em Juiz de Fora, os serviços são prestados pelos consórcios Manchester e Via JF. A tarifa não tem reajuste desde 2019 e está congelada em R$ 3,75.
O Consórcio Manchester ainda afirma que o desequilíbrio financeiro do contrato de concessão firmado com a Prefeitura de Juiz de Fora foi agravado por iniciativa do próprio Município, que abriu um processo administrativo de caducidade contra a concessionária. O procedimento se encontra suspenso por decisão judicial, mas a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU) da PJF confirmou à Tribuna que já recorreu.
Já a concessionária afirma que “tão logo sejam restabelecidas pela PJF, de forma razoável e suficiente, as condições mínimas para a viabilidade do sistema de transporte coletivo, novos e crescentes investimentos serão feitos pela Tusmil para melhorar cada vez mais o atendimento à população de Juiz de Fora.”

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Defeito na estreia
Um dos ônibus recém-chegados deu defeito na tarde desta segunda-feira dentro do campus da UFJF e precisou ser trocado. A Astransp informou, por meio de sua assessoria, que o problema foi um travamento de portas. “O sistema é um pouco diferente e o problema está sendo sanado. Mas foi preciso substituir o carro. Outro ônibus desta frota recém-adquirida foi abalroado na traseira hoje (segunda-feira). Mas isso é a rotina do sistema. Em todas as empresas dois ou três ônibus, ou mais, dependendo do tamanho da frota, precisam ser trocados por problemas durante a operação”, justifica a nota.

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