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Sindicato repudia ‘ação truculenta’ da PM em caso de médica do PAI

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*Atualizada às 16h30

O caso envolvendo uma médica do Pronto Atendimento Infantil (PAI), 48 anos, e uma adolescente, 16, que havia levado o filho de 4 meses para consulta, indignou o Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata. Após um desentendimento e uma suposta agressão mútua entre as partes na tarde desta segunda-feira (17), a profissional sofreu ameaças de ser esfaqueada pela mãe do bebê e acabou sendo segurada pelo braço e conduzida coercitivamente pela Polícia Militar para prestar declarações na 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Para o presidente da entidade, Gilson Salomão, a PM agiu com truculência. Conforme a assessoria da Polícia Civil, as duas envolvidas foram liberadas após depoimento, sendo feitas diligências preliminares em relação ao caso, que será investigado pela 7ª Delegacia. Inicialmente, a médica e a adolescente irão responder por lesão corporal, conforme o artigo 129 do Código Penal.

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Em nota, a Secretaria de Saúde também informou que “repudia veementemente qualquer tipo de violência contra seus funcionários e lamenta o ocorrido”. A Prefeitura acrescentou que está acompanhando o caso de perto e aguarda a apuração dos fatos, para tomar as providências cabíveis.

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O presidente do Sindicato dos Médicos destacou que realizou reunião em março com várias autoridades em busca de maior segurança para os profissionais da área da saúde. O encontro aconteceu com o comandante da 4ª Região da PM, coronel Alexandre Nocelli, representantes da Polícia Civil e da Guarda Municipal, além do secretário de Segurança e Cidadania, José Armando da Silveira.”Estamos extremamente surpresos, indignados e revoltados com a situação da médica, que foi covardemente agredida dentro do seu ambiente de trabalho, o PAI”, disse o sindicato por meio de nota. “E o que é pior, quando a PM foi chamada para intervir atuou truculentamente e chegou a agredir a médica”, completou. A entidade afirmou que está dando todo apoio à médica e que vai acionar os responsáveis para cobrar respostas. “Vamos acompanhar os fatos de perto, esta situação não pode voltar a se repetir.”

Em nota, a PM disse ter verificado no local que as agressões foram mútuas. Além disso, a guarnição diz ter presenciado a adolescente ameaçando a médica de morte. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão à médica por agredir a adolescente, e a jovem foi apreendida pela agressão e ameaça contra a médica.

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Confusão durante atendimento

Segundo informações do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a confusão teve início quando a médica atendia o bebê levado para consulta pela adolescente. Conforme o documento, a profissional relatou que, “ao colocar o estetoscópio de um lado do peito da criança, esta teria se assustado em razão de estar dormindo”. Ao encostar o equipamento do outro lado do peito, a mãe teria questionado, afirmando que ela estaria maltratando a criança. A profissional identificou a necessidade de realização de raio-x do tórax, o qual não é feito na unidade. A adolescente foi orientada a seguir para a sala ao lado, onde uma técnica em enfermagem daria informações sobre o procedimento.

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A mãe do bebê teria perguntado sobre o tempo de espera e, em seguida, teria se exaltado, reclamando da médica com outros funcionários, afirmando que iria esfaqueá-la. Houve uma discussão, e a jovem teria puxado o cabelo da profissional e desferido tapas contra ela. A médica afirmou aos policiais que não agrediu a adolescente, apenas tentou se defender das agressões.

Ainda conforme o registro policial, a mãe disse que havia levado o filho ao PAI devido a problemas no pulmão. Ela relatou que a médica havia colocado um aparelho no ouvido da criança com bastante força, provocando seu choro. A adolescente acrescentou ter pedido para a profissional ir devagar, por não se tratar de um “boneco”. Quando soube da solicitação de uma ambulância para ser realizado um raio-x no bebê, teve início a discussão. A mãe alega ter sido puxada pela blusa, ocorrendo troca de agressões. A jovem afirmou ter sofrido escoriações no antebraço direito e no seio, mas nenhuma das envolvidas desejou atendimento médico. A PM acrescentou que, ainda durante o registro da ocorrência, a adolescente insistia em ameaçar a médica, afirmando que não sairia do local sem esfaqueá-la.

De acordo com a PM, ao dar ciência de que ambas as partes deveriam comparecer à delegacia, a médica teria argumentado que não iria por estar de serviço, afirmando não desejar providência policial. Uma coordenadora clínica, 63, também teria tentado impedir a aproximação dos policiais. A presença de uma guarda municipal foi solicitada pela PM, e um cabo que estava no comando da ocorrência segurou a médica pelo braço ao vê-la saindo da sala onde estava a equipe. Em seguida, houve pedido de reforço policial para a condução das envolvidas até a delegacia. A jovem foi acompanhada por um responsável.

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