Três homens foram condenados a mais de 10 anos de prisão em regime fechado por terem tentado matar, em março de 2019, com pauladas, chutes e golpes de faca, um homem de 38 anos. Arthur Henrique dos Reis Severo, Vítor dos Reis Severo e Leandro da Silveira foram levados a júri popular na terça-feira (17), no Tribunal de Júri de Juiz de Fora.
Conforme a sentença assinada pelo juiz Paulo Tristão, o crime ocorreu por volta da 1h do dia 30 de março na Rua Luiz Basílio Castor, no Bairro Santa Luzia, Zona Sul. O homem, que, conforme o magistrado, não se consumou devido ao atendimento médico que recebeu, foi socorrido em estado grave pelo Samu e levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Ele estava com lesões na cabeça, cortes de faca e diversas escoriações pelo corpo.
A denúncia do Ministério Público afirma que o homem de 38 anos teria comprado duas pedras de crack do réu Vítor, pelo valor de R$ 20. Ele teria pago com uma nota de R$50 e recebido de troco de Vítor uma nota de R$ 20 e outra de R$10. Porém, ao chegar em casa, a vítima teria notado que a nota de R$20 era falsa e retornou para reclamar.
Quando a vítima se encontrou com Vítor, que já estava na companhia de Walllace e Arthur, ela foi agredida a pauladas, chutes e golpes de faca, em frente sua própria casa. O homem teria tentado correr, mas foi perseguido pelo trio, que teria continuado as agressões mesmo quando o homem estava caído.
O Ministério Público entendeu que a vítima teve a defesa dificultada pela surpresa com que foi atacada e pela superioridade numérica dos agressores. A sentença aponta que as consequências do crime ultrapassaram os limites da infração penal, com a vítima hospitalizada em estado grave por muitos dias, perda dos dentes da frente, debilidade permanente e incapacitada para ocupações habituais por mais de 30 dias.
Depois de sessão secreta dos jurados, o juiz fixou ao trio a pena de 10 anos e oito meses em regime inicial fechado e foi negado o direito de recorrerem em liberdade.
Pandemia leva mudanças ao Júri
Segundo o juiz Paulo Tristão, a pandemia do coronavírus também trouxe mudanças à rotina do Tribunal do Júri. O magistrado destacou que está fazendo as audiências e julgamentos dos réus presos, limitando a presença, no salão do júri, de familiares das vítimas, dos réus e da imprensa em número que não aglomere o ambiente.