Atualizada às 19h06
Os juiz-foranos foram surpreendidos, na tarde desta quinta (18), com o terceiro dia consecutivo de fortes tempestades, provocadas por áreas de instabilidade que atuam na região Sudeste do país. No Centro, moradores e comerciantes ficaram sem energia elétrica por mais de uma hora após falha em um equipamento na subestação da Cemig do Bairro Nossa Senhora Aparecida, Zona Leste. Semáforos ficaram apagados, deixando o trânsito confuso. Conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as precipitações foram fortes, principalmente na Zona Norte, em bairros como o Milho Branco, Igrejinha e São Judas Tadeu.
Tiveram acumulados consideráveis, também, os bairros Centenário, região Leste, e Lourdes, Sudeste. Apesar disso, a Defesa Civil não registrou ocorrências em razão das chuvas, e os Bombeiros, no fim da tarde, atendiam a uma ameaça de queda de árvore no Paço Del Rey, Cidade Alta. Segundo o 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no momento do temporal, as rajadas de ventos alcançaram 35 quilômetros por hora.
O problema da falta de energia começou por volta das 15h30 e terminou cerca de uma hora depois. A Tribuna recebeu queixas de moradores e comerciantes do Centro e bairros próximos, como Manoel Honório. O Calçadão da Rua Halfeld foi afetado e algumas galerias centrais também. Na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Espírito Santo, os semáforos foram atingidos, assim como na interseção com a Rua Halfeld, onde agentes de trânsito controlavam o tráfego. Órgãos públicos também ficaram sem energia elétrica, como o prédio da Avenida Rio Branco, próximo à Avenida Getúlio Vargas, que abriga as secretarias de Meio Ambiente e Atividades Urbanas, além da Cesama, e o Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon) da Câmara Municipal, no Parque Halfeld.
Prejuízos
Na Óticas Juiz de Fora, a proprietária Maria Pires estima um prejuízo de R$ 4 mil a 5 mil em virtude da pane. “Atrapalha demais porque não conseguimos vender, tudo depende da energia. E este é o horário de pico para a gente, até as 18h. Vários clientes vieram e foram embora sem o produto”, diz. Ainda segundo ela, este tipo de falha está frequente no Centro. “Normalmente demora entre 15 e 20 minutos, mas hoje foi pior. Além disso, acontecem muitos picos rápidos de energia, que queimam equipamentos.”
Já na pastelaria Hong Kong, o prejuízo foi em relação aos alimentos. “O alimento não fica ideal, e o freguês acaba indo embora. Há seis meses, houve falta de energia aqui e durou horas, e preferimos fechar as portas”, comenta o proprietário Anderson Hu. “Estamos com as quatro lojas da rua paradas. É uma série de prejuízos. Sem luz, não conseguimos vender, emitir nota fiscal, passar cartão. E os funcionários do departamento pessoal, escritório e contabilidade também ficam de braços cruzados”, acrescenta o diretor da loja Kika Colorida, Marcelo Padilha.
A Cemig identificou falha em um equipamento na subestação Juiz de Fora 2, no Nossa Senhora Aparecida, que abastece a região. A informação é que foram realizadas manobras para o restabelecimento, que ocorreu as 16h36 para todos os clientes atingidos. As causas estão em análise, e o número de clientes afetados não foi divulgado.
Represas
As pancadas de chuvas têm refletido significativamente nas represas que abastecem o município. Chama atenção o manancial João Penido, que há um mês tinha cerca de 60% de sua capacidade de armazenar água preenchida. Nesta quinta, eram 92,7%. São Pedro está com 95,9%, também eliminando água, e Chapéu D’Uvas, 11 vezes maior que João Penido, 73,2%. Conforme o Inmet, ainda há possibilidade de pancadas de chuvas em áreas isoladas nesta sexta. No entanto, a previsão é de tempo mais estável a partir de amanhã. Nesta sexta, os termômetros deverão oscilar de 18 a 32 graus.