Centenas de ubaenses saíram às ruas nesta quarta-feira (18) para protestar contra a violência que vem assustando a população do município de cerca de 110 mil habitantes, distante 110 quilômetros de Juiz de Fora. A manifestação foi convocada pelas redes sociais por professores da cidade, após a morte da docente Mirtes Eliane Fernandes, 54 anos, vítima de bala perdida no último sábado de carnaval. A professora foi baleada depois de uma briga de trânsito, entre ocupantes de duas motos. A vítima passava pela rua, quando foi alvejada. Ainda não há informações sobre suspeitos presos. Diante da gravidade do caso, um grupo de professores de Ubá, liderados pelas docentes Natalya Gato, Juliana Martins, Fatinha Gazolla e Mikelly Pereira, organizaram o protesto, chamado de “Ubaenses unidos pela paz”, para o início da tarde desta quarta.
Entre os manifestantes estavam amigos e familiares de vítimas de violência em Ubá. Eles se concentraram na Praça São Januário, no Centro, de onde partiram em caminhada pelas ruas da região central da cidade. Vestidos de branco e empunhando cartazes, os cerca de 400 participantes pediram paz. Também foi organizado um abaixo-assinado solicitando mais policiais para a cidade, a instalação de câmeras do projeto “Olho vivo”, além de um centro específico para receber adolescentes infratores. O documento receberá mais assinaturas até a próxima terça-feira, quando será entregue ao prefeito Vadinho Baião (PT). Na quarta-feira, o chefe do Executivo municipal deverá entregar o abaixo-assinado ao Governo do estado, durante reunião em Belo Horizonte. No primeiro dia, já foram recolhidas quase 700 assinaturas. O prefeito de Ubá, secretários municipais e vereadores também participaram do ato.
“Já estamos preocupados com a violência crescente em Ubá desde o show do Sorriso Maroto (em setembro de 2013), quando um adolescente faleceu depois de tomar um tiro na garganta. Desde então, está acontecendo uma série de violências”, disse uma das organizadoras da manifestação, a professora Natalya Gato, de 26 anos. “Com a presença de familiares das vítimas, esta manifestação foi um momento muito significativo e muito importante para Ubá. Não vamos parar enquanto não conseguirmos condições minimas de ir e vir em nossa cidade.”