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Juiz de Fora registra 60 ocorrências relacionadas à chuva

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Atualizada às 19h41

No Cascatinha, uma árvore de grande porte caiu na Rua Francisco Vaz de Magalhães no sábado (Foto: Lilian Pace)
Vegetação atingiu parte da fiação elétrica, e população teve comprometimento no fornecimento de energia (Foto: Lilian Pace)

Os últimos dias têm sido de muita chuva, não só em Juiz de Fora como em grande parte do país. Na cidade, entre sexta-feira e as 18h de ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia registrado 103 milímetros de precipitações, o que corresponde a 34,4% do esperado para todo o mês, que são 299,8 milímetros. O reflexo foi observado, principalmente, na Defesa Civil, pois neste período foram contabilizadas 60 ocorrências. O Corpo de Bombeiros atendeu a 18 chamados nestes três dias, todos relacionados a quedas de árvores ou cortes de vegetação. Alguns destes atendimentos ocorreram em conjunto com a Defesa Civil. Não há desabrigados no município, mas algumas famílias foram orientadas a deixar seus imóveis em razão de abalos nas edificações.

Conforme balanço da Defesa Civil, das 60 ocorrências, 17 partiram da região Norte, 14 da Leste, 11 da Sul, oito da Nordeste, cinco da Sudeste, três da Cidade Alta e duas da Zona Nordeste. Entre os registros estão 12 escorregamentos de talude, 15 orientações técnicas e sete ameaças de escorregamento de talude. Na Rua Major Raul Mendonça, no Bairro Democrata, Zona Nordeste, um escorregamento de talude atingiu a fundação de um prédio de três andares. A Defesa Civil esteve no local no sábado, constatando risco para a edificação. As famílias foram orientadas a saírem do prédio até que o proprietário faça o reparo na estrutura. Todas foram para casa de parentes. Outro chamado de destaque foi na Rua Urias Fonseca, no Bairro Santa Rita, Zona Leste, local onde também houve ameaça de escorregamento de talude. A Defesa Civil sinalizou o local e monitora a situação, pois existe a possibilidade de deslizamentos. Os moradores foram orientados a colocar uma lona sobre a área em risco.

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No Bairro Cascatinha, Zona Sul, houve queda de energia na madrugada de domingo porque uma árvore de grande porte caiu na interseção das ruas Waldir Martins e Francisco Vaz de Magalhães. A Cemig não informou o número de clientes afetados, mas disse que, em função da gravidade do problema, que rompeu fios de baixa e alta tensão, o serviço só foi finalizado por volta das 15h50 do mesmo dia.


Represas

As chuvas refletiram de forma significativa na Represa João Penido que, ontem, estava com 60,9% do seu volume útil preenchido. A situação é melhor que a registrada no fim de janeiro do ano passado, que era 30,77%. No entanto, ainda não é o nível ideal. Em janeiro de 2014, por exemplo, João Penido estava 91,22% preenchida. Por esta razão, a Cesama mantém o rodízio e pede o uso consciente do recurso. Chapéu D’Uvas, em igual período, também apresentou boa recuperação, indo de 35,6% para 65,6%. Já o manancial São Pedro foi de 83,6% para 94,2%.


Previsão do tempo

A previsão é de mais instabilidade esta semana em Juiz de Fora, pelo menos até a próxima quinta-feira. Aviso meteorológico do Inmet, divulgado no fim da tarde de ontem, alerta para chuvas intermitentes na região central do estado, no Rio Doce e também na Zona da Mata. O céu deverá ficar nublado, e os termômetros tendem a registrar de 16 a 23 graus.

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Chuva provoca alagamentos e fecha estradas na região

Mas as chuvas não ficaram concentradas apenas em Juiz de Fora. De acordo com os pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), praticamente todos os municípios do estado, monitorados pelo órgão, estão em alerta por causa do grande acumulado de precipitações entre sexta-feira e ontem. Na região, o município com maior concentração de chuvas foi Conselheiro Lafaiete, a cerca de 170 quilômetros de Juiz de Fora, com 159 milímetros. Em seguida aparece Manhuaçu (145 milímetros), Ponte Nova (125 milímetros) e Ewbank da Câmara (125 milímetros).

Em Além Paraíba, a cerca de 130 quilômetros de Juiz de Fora, onde foram registrados 58 milímetros, alguns pontos ficaram alagados por causa da subida do Rio Paraíba do Sul. Em entrevista na manhã de ontem para a Rádio CBN, o chefe da Defesa Civil da cidade, Renato Miranda, disse que a situação já está normalizada, mas a população ainda está em alerta. “Tínhamos a informação (que o nível do rio iria subir) e conseguimos alertar a população a tempo. Não houve desabrigados, mas algumas pessoas ficaram temporariamente desalojadas pela necessidade de limpeza dos imóveis atingidos pela água. Foi muita chuva.”

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Na Zona Rural de Maripá de Minas, a 50 quilômetros, a sitiante Aureliana de Assis, 39 anos, disse que sua família está impossibilitada de sair de casa depois das últimas chuvas. Segundo ela, a estrada vicinal que liga o seu sítio ao perímetro urbano ficou tomada pelo barro, impedindo até a passagem de veículos. “Meu pai faz tratamento de câncer, em Juiz de Fora, e não consegui tirá-lo de casa. Nem ambulância aceitou buscá-lo. A Prefeitura só coloca cascalho em alguns pontos, mas não é o suficiente para a passagem dos automóveis.”

Sobre isso, a chefe de gabinete da Prefeitura de Maripá de Minas, Daniela Ferreira, informou que chove muito na cidade desde a última sexta, e várias estradas vicinais ficaram comprometidas. Por esta razão, a Prefeitura precisou atender, primeiro, aquelas com maior fluxo de automóveis. “Mesmo assim, o prefeito informou que interrompeu os outros trabalhos para atender o caso desta moradora.”

 

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