Não é de hoje que o cavalo fascina as pessoas. Desde os primórdios, é atribuída aos equinos uma série de funções laborais, o que não exclui sua utilização em atividades esportivas, terapêuticas e até artísticas. Neste domingo (17), o gramado próximo à Praça Cívica da UFJF recebe a primeira apresentação de uma ópera equestre, encenada por cavaleiros e cavalo, com direito a coreografia e trilha sonora. O show é resultado de um projeto inédito, até então, realizado em Juiz de Fora, comandado pelo equitador e hipólogo Paulo Guilhon, iniciado há cinco meses.
A proposta da apresentação, segundo Guilhon, é começar a mostrar na cidade o que são esses espetáculos – óperas equestres – realizados na Europa desde o século XVIII, que incluem cenários, trilhas musicais e coreografias, encenadas a partir de um conjunto equestre, formado por um cavalo e um cavaleiro. O ato “Spartacus”, escolhido para a apresentação deste domingo, é um dos cinco presentes na ópera Sólos, escrita pelo próprio hipólogo, que é autor de outras sete obras deste estilo. O ato simula um jogo de cavalaria na Idade Média, que tinha como objetivo manter ativas as habilidades dos soldados. “É baseado na habilidade de lança entre dois cavaleiros, nas habilidades neuromotoras que são requisitadas na equitação, bem como equilíbrio, sinergia dos movimentos, reflexos, sensibilidade motriz, e, mais do que tudo, na relação centáurica entre o homem e o cavalo. Ou seja, o homem empresta ao cavalo suas faculdades intelectuais e o cavalo contribui com suas potencialidades físicas, formando, assim, o conjunto equestre”, explica.
O ato trará um casal de equitadores, um artilheiro (que não monta no animal, mas atua no chão) e um cavalo puro sangue inglês. “O ato é dividido em três momentos. No primeiro, a equitadora irá se apresentar montada no cavalo. No segundo, o artilheiro e o equitador fazem dinâmicas com lanças e arremessos de bastões. No terceiro, a equitadora fica no chão e faz arremessos de costas para que o equitador pegue o bastão. Tudo isso ao som instrumental do violão e da gaita, com arranjos do professor de música Luciano Almeida”, comenta guilhon. O repertório trará uma música da dupla norte-americana de folk, Simon e Garfunkel, e dois arranjos autorais dos Beatles. Embora as óperas tradicionais tenham um figurino específico, nesta a escolha de vestimenta será a indumentária da equitação: culote, botas, espora, bandana ou boné.
A apresentação ainda reserva uma surpresa ao público: a equitadora é deficiente visual. “Ela se apresenta vendada. Quero propor o resgate sensorial que é possível por meio do cavalo, independente de suas condições. É um meio de ilustrar as habilidades dos equitadores e as formas que podemos expressar a equitação, seja ela esportiva, terapêutica ou artística”, destaca o hipólogo. A partir deste primeiro contato, Paulo pretende captar pessoas interessadas na equitação artística para que a ópera possa ser encenada por completo.
Programação
Para quem está de olho na saúde, alunos do curso de Enfermagem vão realizar avaliações sobre os parâmetros cardiovasculares, e estudantes do projeto de extensão “Dente da Gente” vão oferecer serviços de higiene bucal, ensinando, de forma lúdica, a importância dos cuidados com os dentes. A nutricionista Tânia Bicalho fará uma palestra sobre boa alimentação, usando a Música Popular Nutritiva (MPN).
Na Concha Acústica acontecem as apresentações artísticas. O dia será aberto com o DJ Pedro Paiva, do Vinil é Arte, com músicas que marcaram época, depois tem contação de histórias com a Tia Nilcea e, por fim, o Baile da Criançada, com o DJ Pedro Paiva. O Domingo no Campus é gratuito e aberto ao público. A programação começa às 9h.